Difícil explicar para quem não convive no reduto do futebol qual é o verdadeiro sentimento em respirar o ar da bola em semana de um clássico. Principalmente quando falamos de Bavi, pois indiscutivelmente o embate envolvendo a dupla Bahia e Vitória é um dos mais emblemáticos do futebol nacional. Em semana de clássico, para o torcedor, não importa qual é a competição. O importante mesmo é que de um lado teremos jogadores vestidos de azul, vermelho e branco e do outro lado os leoninos vestidos de vermelho e preto.
Trazendo para o nosso lado, o reduto rubro-negro, a semana já começou no último sábado (5) quando vencemos o Feirense por 2 x 0. Nas bancadas já pude escutar as reclamações pela desconfiança no lateral direito Maicon Silva que, inclusive, saiu lesionado e tem grandes chances de não entrar em campo no próximo domingo (13). Outra preocupação é sobre quem será o arqueiro do time da toca, já que Fernando Miguel também é dúvida. A falha bisonha que por pouco não faz o jovem Wallace levar um frango histórico no Barradão deixou o torcedor com a pulga atrás da orelha.
Há quem comemore o fato de Hernane, pelo lado do rival baiano, já ser confirmado como carta fora do baralho, após sofrer lesão no último domingo (06) e deve ficar, aproximadamente, três meses de molho. Na verdade, colocando os dois elencos na balança não consigo um time para jogar no baba do Arena Rubro-Negra. Qual seria o estímulo da torcida em sair de casa para prestigiar uma partida de futebol em plena tarde de domingo? A marca BaVi, e só!
Até vontade de ganhar o clássico ambas diretorias não conseguem mais estimular na torcida. O Vitória cogita poupar jogadores que não estão com 100% da forma física e o Bahia também tende a seguir pelo mesmo caminho, já que estão com a classificação garantida e o intuito seria entrar com todo gás na próxima fase. Não creio que seja estratégia para esconder o time. Ninguém se importa com o torcedor e com a rivalidade que carrega o clássico.
Saudades o torcedor deve ter é da época em que jogador entrava em campo praticamente se arrastando, com suspeita de lesão ou mesmo em fase de recuperação. Isso com a garantia de poder resolver em uma simples bola parada ou na raça mesmo. Só para lembrar, em tempos que o DM é a principal pauta discutida na semana que ambienta o confronto maior do futebol baiano, não temos ninguém com essas características.
Creio que a mobilização principal para o BaVi deste final de semana é apenas a vontade de vestir o manto rubro-negro e torcer. Mas como isso já fazemos até em disputa de par ou ímpar, chegou a hora de pegarmos a nossa bandeira, vestirmos a nossa camisa e torcer por mais um resultado favorável dentro e fora de campo na história dos BaVis.
*André Reis é eterno estudante da comunicação – Jornalista por formação, assessor de imprensa, apaixonado por futebol, amigos e pelo ECV.