Para milhares de trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de todo país, o mês de abril é marcado pelas diversas lutas contra o agronegócio e o sistema de exploração do capital. Na Bahia, as mobilizações populares e ocupações de latifúndios iniciaram no mês de março, com mais de 8 mil mulheres, e dará continuidade com várias ações em todo estado. Com objetivo de dialogar com a população das cidades acerca do projeto de Reforma Agrária Popular, denunciar as contradições do agronegócio e as desigualdades sociais, as ações acontecerão no campo político, social e ambiental, repudiando a morosidade do sistema jurídico e o incremento nos índices de violência no campo.
Com o nome: “Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária”, os trabalhadores Sem Terra estarão nas ruas e nos latifúndios improdutivos exigindo também, justiça ao massacre de Eldorado de Carajás, onde 21 trabalhadores foram mortos pela força policial, no dia 17 de abril de 1996. Pensando nisso, estará denunciando ainda, a morosidade da justiça frente as investigações do caso Fábio Santos, assassinado em há três anos com 15 tiros na frente de familiares enquanto seguia ao distrito de Palmeirinha, no interior de Iguaí, sudoeste baiano.
A violência do capital
Na última década, houve um aumento significativo da concentração de terras e diminuição das pequenas propriedades rurais. De acordo com o relatório do Nera-Unesp, divulgado em 2014, as áreas rurais de posse ou propriedades de particulares cresceram 6,3 milhões de hectares, de 2011 para 2012.
“As consequências deste avanço estão no crescimento dos índices de desigualdades sociais, o aumento da violência no campo e na cidade, destruição do meio ambiente pelos monocultivos e pelo uso intensivo de agrotóxicos”, afirma o MST. Com este cenário, “a luta pela Reforma Agrária no Brasil precisa continuar mobilizando trabalhadores do campo e da cidade, ocupando o latifúndio e denunciando a truculência policial e a morosidade da justiça”. As informações são site Voz do Movimento.