O parlamentar baiano Valmir Assunção (PT) usou a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (5), e não poupou críticas ao governo interino de Michel Temer (PMDB). Indignado com a fala de Temer sobre as mudanças que fará, caso se consolide como presidente, Assunção disse que, cada vez mais, se surpreende com as previsões e medidas contra o povo brasileiro. “A minha surpresa dessa vez é que Temer foi falar com os ricos do Brasil, num encontro em São Paulo, e disse para eles que se for consolidado como presidente da República, ou seja, se o Senado cassar o mandato de Dilma definitivamente, vai fazer mais maldade ao povo brasileiro. Isso é um absurdo, é uma violência contra o trabalhador! Um cidadão que já rasgou a Constituição, rompeu o processo democrático, acha que tudo que ele já tirou não é nada e que é tudo normal”.
Valmir interpreta a fala de Temer como mais um sinal de perigo para a democracia, para os direitos do povo e para a soberania do país. “Ele já está dizendo que se continuar como presidente deve privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Petrobras, vai fazer a reforma trabalhista para que o povo brasileiro trabalhe mais e ganhe menos. Vai fazer a reforma da previdência para o trabalhador não poder mais se aposentar. Por isso que, cada vez mais, cresce a necessidade do Senado fazer justiça e devolver o mandato à presidente Dilma. Para que o processo democrático e a ordem sejam restabelecidos”, completa.
De acordo com Assunção, “nesse período difícil que passa o Brasil, o governo golpista de Michel Temer realiza uma série de maldades contra a população brasileira”. O deputado aponta que primeiro Temer montou um governo que em cada semana caia um ministro ou um diretor por corrupção. Segundo, conforme o petista, o presidente interino também errou ao cortar o Ministério da Cultura, depois o da Igualdade Racial, das Mulheres, do MDA [Desenvolvimento Agrário], e outras pastas que foram extintas. “Isso quer dizer que ele começou o governo com uma série de maldades contra o povo brasileiro e quer ampliar isso. Só em dar posse a uma grupo de políticos envolvidos em corrupção já é uma grande maldade”.