Integrantes do setor de inteligência da Policia Militar da Bahia (PM) solicitaram nomes e CPF’s dos alunos que lideram a mobilização contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, agora numerada 55 no Senado, no Instituto Federal da Bahia (Ifba) de Juazeiro, norte da Bahia. A informação foi passada na audiência pública que aconteceu na Câmara de Vereadores da cidade na última terça-feira (1º) pelo Diretor Geral Pró-tempore do Ifba, Campus Juazeiro, Emmanuel Victor Hugo Moraes.
A audiência foi proposta pelo vereador Agnaldo Meira (PC do B), com a intenção de discutir os efeitos da PEC 55. Moraes afirmou que, após a assembleia realizada na última quinta-feira (26), onde se decidiu por greve institucional e adesão à greve geral, a PM compareceu à instituição e fez a solicitação. O diretor afirmou que respondeu ao questionamento com seu nome completo e matrícula dizendo: “o meu CPF vocês sabem, dos meus alunos vocês não precisam saber. Eles são estudantes e cabe a nós defende-los!”
A informação causou perplexidade entre o público e alguns vereadores presentes. O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Juazeiro, Tiano Felix (PT), ao final da audiência pública comprometeu-se a solicitar do Comando da PM e do Governo do Estado explicação “porque é que nossos movimentos sociais estão sendo monitorados. Porque a PM da Bahia está sendo instrumentalizada por um governo golpista”.
O portal Preto No Branco tentou contato com o Comando Geral da PM em busca de esclarecimentos sobre este possível monitoramento dos movimentos sociais, o que, se confirmado, é assustador e nos remete a um tempo qualificado pela história como “os anos de chumbo”, marcado pela cassação de direitos civis, censura a liberdade de imprensa, perseguição e repressão às manifestações populares, monitoramento de informações de líderes populares, torturas e até assassinatos. As informações são do site Preto no Branco.