Em audiência da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que Michel Temer lavou as mãos sobre o esquema da bancada do PMDB do Senado na Petrobras. A informação consta em áudio e transcrição e foi divulgada sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná. No depoimento, Cerveró menciona o pedido que fez ao presidente Michel Temer, então presidente do PMDB em 2007, para que fosse mantido no cargo na estatal. A bancada do PMDB teria pedido a substituição de Cerveró. Para mantê-lo no cargo, a condição era uma mesada de 700 mil dólares ao grupo político. Em reunião com Cerveró, Temer teria dito que precisava atender a bancada.
Cerveró reafirmou que foi sustentado no cargo pela bancada do PMDB no Senado e que, para isso, “arrecadou” US$ 6 milhões para os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho, através de propinas nos contratos da estatal. Ele informou que sua substituição ocorreu num momento de fragilidade do PMDB do Senado, por conta da renúncia de Renan Calheiros da presidência da Casa após a denúncia de que recebeu propina para o pagamento de despesas pessoais, o que fez com que a bancada do partido na Câmara ganhasse mais peso e iniciasse a pressão para indicar um nome de sua confiança.
Questionado pela defesa de Cunha se ele tratou da questão com o hoje presidente Michel Temer, o ex-diretor da Petrobras disse que “estive com Michel Temer, levado pelo José Carlos Bumlai. Ele marcou uma audiência com o então deputado Michel Temer, presidente do PMDB, no escritório dele em São Paulo. Eu fui lá, ele me recebeu muito bem, mas me disse que não poderia contrariar os interesses da bancada que ele comandava”. As informações são de Pragmatismo Político.