Os integrantes da Brigada Carcará realizaram uma expedição ao Morro Branco, no Vale do Capão, município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, na última sexta-feira (10) com a intenção de verificar a situação da biodiversidade do local após o incêndio florestal no ano de 2015, que durou cerca de 92 dias seguidos e que consumiu praticamente toda sua área. A trilha realizada não está em roteiros turísticos e os riscos são muito grandes, bem como o grau de dificuldade, em muitos trechos não existe trilha visível, por exemplo, e poucos condutores conseguem completá-la.
Os brigadistas saíram da sede de Palmeiras às 7h em direção ao Vale do Capão. Lá, subiram o morro extremamente íngreme, molhado e com muita névoa. Chegando quase no alto, foram encontradas áreas queimadas, hoje ocupadas por bromélias. A equipe também conseguiu visualizar uma baixada que antes do incêndio era uma floresta de médio porte, que foi destruída e ocupada por uma espécie de planta com espinhos chamada ‘lobeiro’.
“Seguindo adiante, após a passagem por uma fenda profunda, foram encontradas espécies como uma bromélia ‘raio de sol’, flores chamadas de ‘dama da serra’, ‘canelas de ema’ em fase de crescimento, e uma já florida, uma espécie de musgo chamado ‘floco de nuvem’, ‘xique-xiques’ e ‘Caliandras’, nos revelando que após dois anos do último incêndio florestal, uma parte da biodiversidade está se recuperando”, apontam membros da Brigada Carcará, em contato com o Jornal da Chapada.
Ainda conforme os brigadistas, a expedição foi até os fundos do morro, para visualizar a região de Lençóis, e parou na volta em uma das tocas dos garimpeiros, onde pode ser visto lixo como latas, garrafas e embalagens plásticas, que foram recolhidos e levados de volta para ser descartado corretamente. Mas logo boas notícias apareceram. Foram encontrados indícios de uma espécie de mamífero chamado ‘mocó’, comum na região.
Também no alto, os brigadistas viram uma planta chamada ‘Pataquinha’ e uma aranha ‘caranguejeira de cor azulada’. “Na travessia por uma ponte de madeira improvisada, na última fenda do morro, foi verificada a necessidade de reforma. Principalmente pelo perigo do local, cuja profundidade de fenda é desconhecida e não dá para ter contato visual do final dela”, completa a direção da brigada.
Jornal da Chapada
Confira cinco vídeos amadores produzidos pelos próprios brigadistas
Vídeo 1
Vídeo 2
Vídeo 3
Vídeo 4
Vídeo 5
Veja mais fotos da expedição da Brigada Carcará