Além do fim da reeleição na mesma legislatura, o novo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Ângelo Coronel, segue cumprindo à risca mais uma promessa de sua campanha: a de cortar gastos. Para tanto, ele escolheu como medida principal demitir servidores admitidos por meio de cargos de confiança. A medida, porém, é vista também com viés político partidário. Nos corredores da Alba, se ouve teoria de que as demissões atingem primariamente pessoas de alguma forma ligadas ao ex-presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PSL).
Motivações à parte, Coronel espera economizar aproximadamente R$ 1 milhão na folha mensal de pagamento da Assembleia. Já no primeiro dia no cargo, Coronel exonerou 18 funcionários em funções comissionadas, totalizando um corte de mais de R$ 65 mil. Os salários dos servidores variavam entre R$ 937,00 e R$ 8.000,00. Nos 10 primeiros dias, as exonerações chegaram a 108 em número de pessoal. Durante esta semana de trabalho, os cortes somaram mais de R$ 1 milhão. Entre os cargos exonerados estavam o de assessor técnico, assessor especial e secretário parlamentar, cujos valores iam de R$ 937,00 e R$ 11 mil.
Nos dados mais atualizados, o número de exonerações gira em torno de 130 pessoas. “Todos os recursos que vamos economizar neste ano serão devolvidos ao Governo do Estado, que devem ser destinados a obras nas bases dos deputados estaduais daqui da nossa Casa”, promete Coronel. Os cortes de comissionados têm a ver também com outra promessa do presidente da Assembleia: a de valorizar os servidores efetivados por meio de concurso público. E neste sentido, ele se reuniu ontem com a diretoria do Sindsalba (Sindicato dos Servidores da Assembleia) para discutir o plano de carreiras do corpo funcional.
Feito nos moldes dos planos de cargos e salários dos tribunais de Contas do Estado (TCE) e do Município (TCM), segundo os dirigentes sindicais, o ‘Plano de Carreiras dos Servidores da Alba’ beneficia todos os ativos e inativos da Casa – algo em torno de 700 servidores, sendo 335 no exercício da atividade. Coronel solicitou “de imediato” um estudo para conhecer o impacto na folha de pessoal e pediu para que o plano fosse novamente protocolado na presidência do Legislativo. Ele também se comprometeu a formar uma comissão na Mesa Diretora ainda nesta semana para “debruçar” sobre o assunto. O Plano de Carreiras deverá ser apreciado também pelo plenário. Extraído da Tribuna da Bahia.