O Ministério da Saúde irá liberar R$ 19,2 milhões para ações de intensificação da vacinação contra a febre amarela. A informação foi publicada na última quinta (30) no Diário Oficial da União (DOU). Os recursos serão repartidos entre Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. Segundo dados do ministério, até a última quinta-feira (23) já tinham sido confirmados 492 casos da doença no país. Outros 1.101 estavam em investigação. As mortes confirmadas eram 162 e outras 95 ainda são analisadas.
O atual surto é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. Até então, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas em todo país. Minas Gerais possui o quadro mais grave, reunindo mais de 70% das confirmações. De acordo com boletim epidemiológico divulgado na última quarta (29) pelo estado, já são 376 casos confirmados e 137 mortes com exames positivos para febre amarela.
Por esta situação, os mineiros receberão a maior fatia dos recursos liberados pelo Ministério da Saúde: 55,8%. São R$ 10,74 milhões que serão divididos entre o governo estadual e as prefeituras de 366 cidades. No Espírito Santo, o estado e 18 municípios ficarão com R$ 2,51 milhões. Para o Rio de Janeiro, serão destinados R$ 2,36 milhões. Além do governo estadual, também serão beneficiadas 41 cidades fluminenses.
Do restante, o total de R$ 1,89 milhão irá para o governo da Bahia e 16 municípios baianos. O estado de São Paulo e 85 cidades paulistas ficarão com R$ 1,7 milhão. Este não é o primeiro investimento na intensificação da vacinação contra febre amarela que o Ministério da Saúde realiza este ano. No mês passado, os mesmos cinco estados receberam R$13 milhões para ações de imunização da população.
Doença
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. A principal forma de combate é pela vacinação, ofertada gratuitamente nos postos de saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS). No meio rural e silvestre, o vírus da doença é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. O atual surto é considerado silvestre. Da Agência Brasil.