Parte dos restos mortais de uma pessoa encontrada em uma área próxima à trilha da Cachoeira da Fumaça por baixo, na última semana, é examinada para saber se é do turista espanhol Hugo Ferrara Tormo, que visitou a Chapada Diamantina no fim de 2015 e desde então é tido como desaparecido. O titular da Delegacia de Seabra, Marcelo Aguiar, está à frente das investigações, mas o Jornal da Chapada conversou com um dos delegados, Rafael Almeida, que também trabalha no caso do desaparecimento do jovem estrangeiro.
De acordo com Almeida, todo o trabalho só teve início após a descoberta da entrada de Hugo na trilha da Fumaça, que ficou registrada no livro de assinaturas da Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC). Mas isso só foi investigado após um mês do desaparecimento, com o aviso dos familiares. “Em meados de abril (deste ano), foi encontrada uma mochila nessa trilha. Na mochila estavam documentos, o passaporte dele e tinha um livro encharcado”, revelou o delegado.
Como o livro estava sem condições de ser lido, uma investigadora de Lençóis colocou o objeto para secar e tentar ter acesso ao seu conteúdo, que estava escrito em inglês e espanhol, segundo Almeida. “Hugo estava fazendo um diário do que estava passando. Fizemos a tradução e ele fala que tinha entrado na Cachoeira da Fumaça, que estava sem água, e seguiu o lado contrário da cachoeira pelo leito do rio, de lá desceu para outra cachoeira de difícil acesso e caiu”, contou Rafael.
Na queda, Hugo teria perdido dentes, quebrado o punho e joelho, ficando impossibilitado de voltar por onde tinha descido e de descer o restante do caminho. “Era um local profundo, um precipício”, disse Rafael. Conforme o delegado, o turista ainda descreveu ter visto helicópteros dos bombeiros militares, que atuavam nos combates a incêndios florestais, mas não conseguiu fazer contato. Com as informações encontradas na mochila, a Polícia Civil e os Bombeiros delimitaram uma área de buscas onde foram encontrados alguns ossos após três dias de busca.
“Como a mãe e a irmã estiveram aqui em 2016, as encaminhei para a Polícia Técnica em Irecê para recolher o DNA”, afirmou Almeida. Ele disse que com isso resta o exame do material encontrado em Salvador para confirmação da identidade. A irmã do turista, Paola Ferrara Tormo, reconheceu as roupas como sendo de Hugo, mas apenas as comparações de DNA poderão confirmar a suposição.
Por Adalício Neto / Jornal da Chapada
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