Com o aumento do número de crianças com dificuldades de aprendizagem, muitas escolas não estão conseguindo atender às necessidades desses alunos de modo satisfatório. Por outro lado, os pais, mesmo percebendo tal problema, não sabem como ajudá-las. Buscando soluções para a nova realidade das famílias, o projeto NeuroSaber irá realizar a II Jornada NeuroSaber. Totalmente gratuito e online, o evento acontecerá dos dias 5 a 12 de junho.
Segundo a psicopedagoga Luciana Brites, uma das idealizadoras do projeto, a iniciativa tem como objetivo discutir o funcionamento neurológico com o intuito de impactar positivamente o atendimento clínico, a inclusão escolar e o conhecimento da família de pessoas que tenham Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem.
Para a especialista, as escolas não estão preparadas para perceber os sinais de forma segura e objetiva, pois muitas das capacitações nesta área acabam por ficar numa linguagem técnica. Por outro lado, os profissionais de saúde – como, por exemplo, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e terapeutas ocupacionais – recebem formação, porém, sem fundamentação científica consistente. “Isto é, sem uma visão interdisciplinar”.
Outra preocupação latente acontece dentro de casa. Muitos pais até percebem quando os filhos apresentam dificuldades. No entanto, por não terem conhecimento sobre diagnósticos de distúrbios, ficam perdidos sem saber o que fazer. “É uma triste realidade que atrapalha o desenvolvimento cognitivo, provocando problemas maiores na adolescência e na fase adulta”.
Para o neuropediatra e também idealizador do programa, Dr. Clay Brites, outra dificuldade está no fato de que muitos profissionais têm dificuldades de identificar se a criança é imatura ou se tem o transtorno.
Por esse motivo, ele argumenta a importância de se entender o funcionamento cerebral. Clay diz que isso faz toda a diferença na observação e na estruturação de práticas destas crianças, sejam elas na clínica, na escola ou em casa. “Esse detalhe pode selar o destino de uma criança”.
O profissional ressalta ainda que se isto não estiver muito claro para o profissional que avalia, para o professor que encaminha ou para o pai que percebe as dificuldades de seu filho, a criança poderá passar despercebida e ouvir: ’ Vamos esperar para ver se melhora’. “Esta frase pode acabar com o futuro de uma criança que apresente uma dificuldade de aprendizagem”.