A Bahia foi o estado onde houve mais desmatamento da Mata Atlântica, entre 2015 e 2016, com 12.288 hectares desmatados, 207% a mais que no período anterior, quando foram destruídos 3.997 hectares de vegetação nativa. O levantamento foi realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais. Ainda de acordo com o levantamento, o desmatamento da Mata Atlântica cresceu 57,7% em um ano, entre 2015 e 2016, nos 17 estados por onde o bioma se espalha. Perdeu 29.075 hectares, o equivalente a mais de 29 mil campos de futebol.
Os municípios baianos de Santa Cruz Cabrália e Belmonte lideram a lista dos maiores desmatadores. Se somados aos desmatamentos identificados em outras cidades do Sul da Bahia, como Porto Seguro e Ilhéus, cerca de 30% da destruição do bioma no período ocorreu nesta região. “Prestem atenção! Entre 2015 e 2016, a Bahia desmatou uma área de Mata Atlântica equivalente a mais de 12.200 campos de futebol. Isso é um absurdo!”, criticou o deputado estadual Carlos Geilson (PSDB) em pronunciamento na Assembleia Legislativa da Bahia, nesta terça-feira (13.
O governo da Bahia divulgou o balanço da primeira ação de fiscalização executada no Sul da Bahia por uma força-tarefa de combate ao desmatamento na Mata Atlântica, articulada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. E, para Geilson a ação poderia até ser elogiada, no entanto lembra que só veio a reafirmar o velho ditado sobre fechar a porta apenas depois que é roubado.
As áreas baianas mais desmatadas são, segundo os cientistas, da região mais rica do Brasil em biodiversidade. Uma região também de grande potencial para o turismo. “Ou seja, um rico patrimônio, que poderia gerar desenvolvimento, trabalho e renda para o Estado, mas que está sendo destruído, sob a complacência do Governo do Estado, que só agora, depois de roubado, resolveu fechar a porta”, frisou.