Um trecho da obra da Transposição do Rio São Francisco apresentou um rompimento de canal. O caso ocorreu em Custódia, no interior pernambucano, trecho esse que integra o Eixo Leste e foi o primeiro a receber as águas do Velho Chico com destino à Paraíba. O fato virou assunto nas redes sociais, com questionamentos em relação à qualidade da engenharia. O prefeito da cidade de Sertânia, Ângelo Ferreira, que fica a 40 quilômetros de Custódia, confirmou o vazamento ao Blog do Magno Martins. Segundo o gestor, a empresa responsável pelo trecho já conteve o vazamento para evitar danos maiores.
A obra é de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional e já está em construção há dez anos. O custo do projeto é de R$ 8,2 bilhões. Em Custódia, a água chegou em fevereiro deste ano, um percurso de quase 100 quilômetros a partir da captação do Rio até a quarta Estação de Bombeamento Vertical (EBV) do trecho, equipamento que leva a água a alturas em que o fluxo não consegue seguir por gravidade. Vários trechos da obra foram construídos e, com a falta de continuidade, apresentaram rachaduras, fissuras e até sinais de abandono (mato crescendo em meio aos canais).
Há pouco mais de um ano, os incidentes foram relatados pela reportagem do Diário. Na época, o Ministério afirmou que os reparos são de responsabilidade das construtoras, que tem o contrato de entregar a obra em plenas condições, sem custo extra ao Governo Federal. A obra foi iniciada em 2007 no governo Lula e tinha previsão de entrega em 2010, ao custo de R$ 4,5 bilhões. A construção amargou paralisações, contratos interrompidos, precisou ser relicitada em vários trechos e viu o valor quase que dobrar. Durante o governo Dilma Roussef, a obra sofreu dois grandes reajustes, quando foi para R$ 6,7 bilhões e, em seguida, aos R$ 8,2 bilhões atuais. Jornal da Chapada com informações de Bocão News.