A cidade de Lençóis é um dos acessos tradicionais para se viver a Chapada Diamantina, cuja área total tem o tamanho da Bélgica. Nem a ganância dos garimpeiros conseguiu exaurir as riquezas do lugar, com 30 mil quilômetros quadrados de território guardião de mata atlântica, cerrado, caatinga, cânions, cavernas e rios. A Chapada abrange 23 municípios e foi ocupada gradativamente por latifúndios e comunidades quilombolas.
No século 18 foi um ponto de convergência de aventureiros em busca de ouro. Cem anos mais tarde, a descoberta de diamante nos rios Mucugê e Lençóis fez com que uma horda de exploradores se instalasse na região até 1871. Na Chapada Diamantina se avistam as formações mais altas da Bahia e o ponto culminante do Nordeste, o Pico do Barbado, com 2.033 metros. Parte de toda beleza está protegida no Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Criada em 1985, a principal unidade de conservação do território tem 1.520 quilômetros quadrados e trilhas que conduzem o visitante a alguns cartões-postais. Perto do Vale do Capão, por exemplo, está a Cachoeira da Fumaça, uma das quedas livres mais altas do Brasil, com cerca de 380 metros. A Cachoeira do Buracão, em Ibicoara, também surpreende, com 80 metros de queda que despencam em um cânion magnífico.
Cavernas
O maior acervo espeleológico da América do Sul está integrado ao patrimônio natural da Chapada. Entre as centenas de cavernas, uma das mais conhecidas é a do Poço Encantado, cuja incidência de luz transforma a coloração da água, tão cristalina que permite observar o fundo, a 60 metros. Com características semelhantes, no Poço Azul é permitido mergulhar.
Das cavernas secas, Torrinha, Lapa Doce, Paixão, Lapão, Bolo de Noiva, Fumaça, Gruta Azul e Brejões são as mais visitadas. Num ambiente tão amplo e longe de ser explorado totalmente, pesquisadores do Ministério do Meio Ambiente catalogaram 854 espécies da flora e 506 da fauna, sendo 55 mamíferos, com destaque para a onça-pintada e o guigó-da-caatinga. Jornal da Chapada com informações do G1BA.