Alvo da 45ª fase da Operação Lava Jato em Salvador, o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz, construiu uma carreira no mínimo controversa ao longo dos últimos 10 anos. Aos 33 anos, Tiago foi citato pelo empreiteiro Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC, em acordo de delação premiada. O empreiteiro disse ter pago R$ 50 mil mensais ao advogado para receber informações do TCU.
Desde que começou a advogar, em 2007, seu patrimônio cresceu vertiginosamente. Conforme mostrou o jornal O Globo, no ano passado, em 2013 o advogado comprou um apartamento de 247 metros quadrados na Asa Sul, bairro nobre de Brasília, por R$ 2,95 milhões. O imóvel tem varanda, sala de jantar, escritório, três quartos com varandas, um quarto com vestiário e banheiro privativo, quarto com banheiro para empregada, cozinha e área de serviço.
O advogado financiou R$ 2,28 milhões em 61 meses — uma prestação de R$ 37,5 mil por mês, sem levar em conta os juros de 8,2% ao ano. Em 2009, Tiago comprou um lote de 1,3 mil metros quadrados no Lago Sul — também área nobre da capital — por R$ 750 mil. No lote, ele construiu uma casa de 1,5 mil metros quadrados, avaliada em pelo menos R$ 3 milhões, que é a sede do Cedraz Advogados.
Tiago defendeu o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força. Auditores investigam desde 2010 uma suspeita de dano ao Erário em contrato da Força Sindical com uma fundação. Tiago Cedraz também atua ou atuou em cerca de 165 processos no STF, incluindo investigações federais sobre o ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), preso pela Lava Jato sob acusação de corrupção e ligado ao doleiro Alberto Youssef. A matéria foi extraída na íntegra do site Bocão News.