Em entrevista concedida no programa do jornalista Pedro Bial, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou ser favorável à legalização das drogas. Para Barroso, o início se daria com a liberalização da maconha. “A questão da droga é dramática. Ali no Supremo, e o caso está em curso, o que se discute é a posse para uso pessoal, que é uma discussão mais limitada. Mas tenho participado de um debate maior pela legalização da maconha”, afirmou o magistrado. Barroso afirmou ter suas premissas sobre o caso.
“As minhas premissas são: droga é uma coisa ruim, as drogas ilícitas, sobretudo. Então, o papel do Estado é desestimular o consumo, tratar os dependentes e combater o tráfico. Minha segunda premissa é que a guerra às drogas fracassou completamente. Desde que ela começou há 40 anos o consumo só aumentou. E a terceira premissa, de ninguém menos que um autor ultraliberal que é Milton Friedman, é de que a única coisa que a proibição e a ilegalidade fazem é dar monopólio ao traficante”, disse o ministro. Para ele é preciso desestabilizar o poder do tráfico sobre as comunidades pobres.
“Meu segundo fim é evitar que as cadeias fiquem lotadas de jovens entre 18 e 20 anos, primários, com bons antecedentes, que são presos com pequenas quantidades de drogas, 50, 100, 200 gramas, enfim, o que já é considerado tráfico. E aí você pega esse jovem de bons antecedentes e joga no sistema penitenciário onde ele vai passar um ano, um ano e meio. No dia que ele pisa lá dentro ele tem que se filiar a uma facção. Nesse dia ele, que não era perigoso, começou a ser perigoso porque ele já deve a sua sobrevivência á facção, que o domina lá dentro e vai cobrar a retribuição quando ele sair. No dia seguinte em que ele foi preso, o tráfico já o substituiu, porque existe um exército de reserva”, explicou Barroso. Jornal da Chapada com informações de Bocão News.