O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) realizou os primeiros encontros da capacitação ‘Planejamento e Manutenção de Trilhas’, em Mucugê, na última quinzena. A ação surgiu para atender a demanda da Associação Marchas e Combates de realizar a manutenção das trilhas no município. Para isso, foi desenvolvido um curso contendo os conceitos e princípios adotados pelo ICMBio nesses casos. A carga horária foi iniciada de forma teórica, momento no qual foram abordados os objetivos da visitação em uma Unidade de Conservação, contextualizando a trilha como equipamento prioritário pelo qual o turista conhece o Parque Nacional.
“Trabalhamos a partir do conceito de trilha sustentável, que possui três dimensões essenciais: ambiental, gerencial e experiencial”, explica Pablo Casella, analista ambiental do ICMBio. A primeira dimensão se refere aos aspectos físicos e ambientais da trilha e que devem ser evitados, como perda de solo, assoreamento, encharcamento e a exposição de raízes. A dimensão gerencial está relacionada à eficácia no emprego de recursos, como a mão de obra, o tempo e o dinheiro necessários à realização de um trabalho, ou seja, deve-se optar sempre pela solução mais duradoura possível para evitar ao máximo que haja um novo trabalho de manutenção no local. E, por fim, as intervenções devem sempre levar em consideração a experiência do turista, contribuindo para que a visita se torne ainda mais agradável.
Para o presidente da associação, José Antônio de Jesus, o conteúdo proporcionou uma nova forma de enxergar o ambiente, já tão conhecido por ele. “Agora olhamos para uma trilha, ou para um paredão, e vemos também uma série de informações contidas ali”, destaca. A capacitação terá a duração total de três dias. “Nas próximas etapas, iremos estudar os conceitos de trilha, quais os parâmetros de construção e partir para a atividade em campo, quando vamos falar sobre como abri-las, realizar a manutenção e como adequar as já existentes”, explica Casella. O próximo e último encontro ocorrerá no dia 20 de dezembro.
Voluntariado
A solicitação da Associação Marchas e Combates surgiu a partir da vontade de se realizar ações para congregar os associados e manter vivo o trabalho em prol do meio ambiente. “Nós já possuímos o hábito de trabalhar conjuntamente durante os períodos de incêndio, portanto, entendemos que era possível expandir nossas atividades para além desses períodos. Por isso, procuramos o Parque Nacional para indicar ações que poderíamos colaborar”, afirma José Antônio.
“Além disso, quando nos capacitamos, ampliamos o nosso conhecimento técnico e contribuímos diretamente para o desenvolvimento do turismo, o que também está entre os nossos objetivos”, completa. “A gestão do PNCD apoia e é entusiasta de iniciativas como essa. Por isso, estamos planejando realizar a capacitação nos demais municípios do entorno do Parque Nacional para brigadas, associações e demais pessoas interessadas”, afirma Casella. As informações são do ICMBio.