O produtor rural Antônio Gomes de Lima, do município de Andaraí, na Chapada Diamantina, conseguiu fazer economia com gás de cozinha, algo raro nos últimos meses. É que ele instalou um biodigestor na sua propriedade e transforma o estrume do porco no produto inflamável. A criação de suínos de Antônio fica na localidade de Umburanas e a atividade começou há três anos. Preocupado com o que fazer com a grande quantidade de dejetos produzida pelos animais, ele teve a ideia do biodigestor e usa o gás produzido pelo equipamento para cozinhar, quando está na propriedade.
No sistema usado por Antônio, os dejetos dos animais são direcionados para um tanque, que armazena tudo por algumas horas ou dias. O biodigestor é fechado, ou seja, não permite a entrada de ar. É dentro dele que ocorre a fermentação ou a degradação da matéria. Em alta temperatura, o resíduo orgânico produz bactérias que geram acetato, um tipo de ácido, que gera o gás metano, o biogás. Encanador industrial, seu Antônio já tinha um pouco de conhecimento do sistema quando resolveu implantá-lo na propriedade. “Eu já trabalhava em São Paulo com este sistema de gás predial e trabalho também com refrigeração. Aí já facilitou a coisa. Dei uma pesquisadazinha e fui aprofundando. Comecei e deu certo”, disse o produtor rural.
Depois que ele instalou o sistema na parte principal, ele puxou uma tubulação pelo terreno para chegar até a parte interna da casa. Na cozinha, o gás já está interligado com o fogão. “Vindo de lá [do biodigestor] é o tempo todo. Abasteceu de manhã pode cozinhar o dia inteiro. Feijão, arroz, mocotó”, afirmou. Com o sistema, seu Antônio economiza não compra o gás de cozinha convencional, vendido a cerca de R$ 70 o botijão. “Eu não tenho mais esse problema. Me livrei da conta de gás, agora eu quero me livrar da conta de luz”, diz seu Antônio.
O biodigestor traz ainda outras vantagens. Ajuda a fazer o saneamento básico, elimina os odores dos dejetos animais, reduz o número de insetos, como as moscas, e auxilia na preservação do meio ambiente, ao combater o aquecimento global, através da queima do gás metano, que é um grande causador do efeito estufa. Uma parte dos resíduos que saem do fermentador é utilizada como adubo. “Uso para as palmas, as capineiras. Tem adubo para dar e vender. Mais uma fonte de renda”, afirma o produtor rural. Jornal da Chapada com informações do G1BA.
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