O corpo da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na noite da última quarta-feira (14) no centro do Rio de Janeiro, já foi necropsiado pelo Instituto Médico-Legal (IML). A irmã dela, Anielle, chegou por volta das 8h20 para os trâmites de liberação do corpo. Ela está sendo assessorada por integrantes do partido de Marielle. A vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, foi morta a tiros no bairro do Estácio, região central da capital carioca. Ela estava dentro de um carro acompanhada de um motorista, que também foi morto, e de uma assessora, quando teria sido abordada por outro veículo.
Companheiro de bancada da vereadora, Tarcísio Motta disse que o assassinato foi um atentado à democracia. “Vamos cobrar uma apuração rigorosa da polícia. Todos os indícios rumam para a lógica de uma execução. O que precisamos entender agora são os motivos que levaram a isso”, disse o vereador. Segundo ele, ninguém do partido sabia de qualquer ameaça à vida da parlamentar.
“É óbvio que, quando enfrentamos os poderosos, esquemas que estão montados há muito tempo, corremos riscos”, disse Motta. Depois de ser liberado do IML, o corpo seguirá para a Câmara dos Vereadores, onde será velado. O corpo do motorista Anderson Pedro Gomes, que estava com ela no carro e também foi assassinado, está para ser liberado. Familiares da vítima também já estão no IML.
Homicídio
A vereadora estava indo para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, voltando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. Segundo informações preliminares da Polícia Militar do RJ, que atendeu a ocorrência, a parlamentar e o motorista, que não teve a identidade informada, foram baleados e morreram no local. A assessora Fernanda Chaves sobreviveu ao ataque e não teria sofrido nenhum tiro, segundo o Corpo de Bombeiros.
Marielle voltava de um evento chamado “Jovens negras movendo as estruturas”, na Lapa, quando, de acordo com testemunhas, teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros. Em nota, a Executiva Nacional do PSOL manifestou pesar pelo assassinato da vereadora e destacou sua atuação política. “A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta”, diz um trecho.
O partido também exigiu apuração “imediata e rigorosa” sobre as circunstâncias do crime. Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ela vinha se posicionando publicamente contra a medida.
A parlamentar também chegou a denunciar, em suas redes sociais, no fim de semana, uma ação de policiais militares na favela do Acari. “O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (…) Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu. A PMERJ confirmou a operação e argumentou que criminosos atiraram contra os policiais e houve confronto. Durante vasculhamento na comunidade, dois homens foram presos e houve apreensão de um fuzil calibre 7,62 mm e oito rádios comunicadores, segundo nota da corporação.
Trajetória
Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar. Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, Marielle tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e militava no tema de direitos humanos.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar em toda investigação”, diz a íntegra nota. As informações são da Agência Brasil.