Guilherme Boulos, pré-candidato do Psol à Presidência da República, e que tem como vice a militante do movimento indígena Sônia Guajajara, afirmou esta semana que a morte de Marielle Franco, vereadora do partido no Rio de Janeiro, é expressão de um problema histórico. “Existe um incômodo na sociedade com mulheres e negros na política, já há uma barreira para que não ocupem esse lugar. E quando ocupam, há um incômodo de quem há 500 anos manda no país”, disse o presidenciável e coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Boulos não descartou considerar o crime como um recado para outros membros do partido. “É evidente que isso também é um aviso, uma mensagem. Além de toda a brutalidade e do absurdo [da ação], fizeram sem preocupação de disfarçar. Fizeram uma execução no centro do Rio”, analisou. O crime aconteceu a 700 metros da prefeitura da cidade.
Militantes e filiados fizeram uma vigília em frente à Câmara Municipal do Rio e também um ato em homenagem à vereadora pelas ruas do centro da cidade. Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL, apontou Marielle como uma resposta ao pedido da sociedade em 2013. Boulos concordou: “A Marielle é uma expressão de uma nova forma de fazer política, de quem não se acomodou diante da crise de representação da política, e isso incomoda. Incomodou”, afirma.
Para Boulos, as características “combativas” de Marielle foram a principal motivação dos criminosos para o que ele classifica como “execução”. “Era uma mulher que enfrentava, que denunciava a crise da polícia, que era contra a intervenção militar e tinha sido designada como relatora da Comissão Municipal da Intervenção. É evidente que foi execução”, afirmou. As informações são de UOL.