Cerca de 700 trabalhadores rurais de diferentes regiões da Bahia estão acampados desde a última segunda-feira (19) na sede da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Salvador. Na pauta, os membros da Central Estadual de Associações de Povos e Comunidades Tradicionais, da Agricultura Familiar e Campesina (Cecaf-BA) cobram mais políticas públicas e investimentos para o desenvolvimento de assentamentos e de comunidades tradicionais, além de ações que beneficiem diretamente os produtores rurais com acesso a tecnologias e assistência técnica. Nesta terça-feira (20), o presidente da Central, Weldes Queiroz, disse que a ocupação vai depender do atendimento das demandas pelo Incra e detalha que algumas das ações perpassam por diferentes secretarias de governo.
“É uma pauta que vai desde a questão da terra aqui no Incra à infraestrutura. No governo estadual temos questões como educação, saúde, é uma pauta que precisa de encaminhamentos para diferentes secretarias. A estada aqui no Incra vai depender muito desses encaminhamentos e das reuniões com a superintendência”, salienta Queiroz. “Estão na pauta do Incra também a luta pela terra, crédito fundiário, cisternas, demarcação de terras para indígenas e quilombolas, resoluções de conflitos, infraestrutura para melhoria da produção como secador de café e cacau, infraestrutura para assentamento para as áreas dos pequenos produtores rurais, e fecho e fundo de pasto”, completa. As demandas dos trabalhadores passam ainda por diferentes pastas do governo estadual.
O mandato do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) acompanha o processo de negociação com o Incra e o governo estadual. Para o parlamentar petista, é preciso que os governos ajudem no desenvolvimento regional no setor de produção de alimentos. “Nós temos 30% da população da Bahia que mora no campo, é preciso que tanto o governo federal como o estadual tenham uma política mais voltada para a agricultura familiar, para estes produtores de alimentos. O governo golpista de Temer já cortou recursos demais, os produtores precisam de auxílio”, salienta Valmir. A Central já teve uma primeira reunião com o superintendente e com o delegado agrário que trata a questão dos créditos fundiários e a reforma agrária de forma geral no Incra, mas ainda não houve avanço na pauta.