O presidente Michel Temer (MDB) lançou na última terça-feira (22) a pré-candidatura à presidência da República do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Esse foi o desejo do partido e foi seguido por Temer sem relutâncias. Ele se referiu a Meirelles como “o melhor entre os melhores” para representar o partido e o campo de centro nas eleições presidenciais de outubro. Ao declarar apoio ao ex-ministro, Temer abandona suas pretensões eleitorais e, por consequência, sua carreira nas urnas.
O presidente destacou por vários minutos a “competência” de Meirelles. “Se há dois anos atrás dissesse que esse nome conseguiria baixar a inflação, os juros e ainda fazer a Bolsa bater recordes, com 86, 87 pontos, com toda certeza diriam: Temer, conta outra. E foi por isso que escolhi o Meirelles para conduzir a economia e fiz a escolha corretíssima. É correto, homem simples de Goiás que ganhou o mundo, nome mais do que honrado”, disse Temer.
Portas abertas
Em seu discurso em um encontro do partido, Temer fez uma cobrança aos membros do partido para que deixem de querer ir cada um para uma direção e se una em torno da candidatura de Meirelles. Para ele, quem não estiver unido, que saia do MDB. De acordo com o presidente, o ex-ministro será uma surpresa nas eleições, quando começar a percorrer o Brasil.
“Nos gabamos por sermos um partido democrático. Tudo bem. Por isso é que conseguimos essa unidade absoluta. Temos que aproveitar a campanha eleitoral para mostrar a unidade. Vamos parar com essa história de eu não apoio o Meirelles. Dizer: ‘Ah, eu não apoio o Meirelles?’ Saia do partido. Temos que ter unidade absoluta, não podemos contemporizar. O povo brasileiro está atento”, concluiu Temer.
Bahia
A pré-candidatura foi ironizada pelo senador baiano Otto Alencar (PSD) ainda na terça. Otto acredita em Meirelles como um “boi de piranha” do presidente Michel Temer, que desistiu de disputar a reeleição. “O presidente viu que não tinha a menor chance e encontrou um boi de piranha. Vários senadores e líderes do MDB não aceitam a candidatura dele. Não sei se Temer vai ter força para impor a candidatura de Meirelles”, afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.
Ainda segundo Otto, Meirelles procurou guarida junto aos emedebistas porque, dentro do partido qual era filiado, o PSD, ninguém quis apoiá-lo. “No PSD, fui claro e disse ao presidente Kassab que não apoiaria. Outros disseram que não o apoiariam também. A política econômica dele foi um fracasso”, criticou. Jornal da Chapada com informações de O Globo e Bahia Notícias.