Criado em 1975 e abrigado em um casarão da década de 1940, no Corredor da Vitória, o Museu Geológico da Bahia (MGB) tem entre suas atrações principais uma réplica do meteorito Bendegó, que recentemente foi assunto nacional após o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, onde encontra-se o artefato original. Quando encontrado, nos idos de 1784, em uma fazenda próxima à atual cidade de Monte Santo, Bahia, o Bendegó era considerado o maior meteorito encontrado em solo brasileiro e segundo maior do mundo. Atualmente ocupa o 16º lugar, em tamanho.
Este artefato e as outras mais de 20 mil peças que compõem o acervo do Museu Geológico poderão ser vistas, gratuitamente, durante a 12ª edição da Primavera dos Museus, evento promovido nacionalmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), entre os dias 18 e 23 de setembro.
“Adquirir conhecimento, aprofundar-se na história, consumir cultura, aumentar o potencial educativo e até mesmo ver de perto o que aprende-se nos livros são alguns dos variados motivos para ir até um museu. A réplica do meteorito de Bendegó recepciona o visitante logo na entrada. Ainda no foyer, um painel interativo com um simples toque pode teletransportar o visitante a uma misteriosa cratera de maneira lúdica e atrativa”, explica Heli de Almeida Sampaio, coordenador do Museu Geológico.
Na sala dos meteoritos, o visitante aprende que os corpos celestes vagam no espaço desde a forma de estrelas gigantes à microscópicos fragmentos de asteróides. A sala do Universo ativa os sentidos através de imagens e sons que remetem às estrelas, às galáxias, ao sol e aos planetas. Outra grande atração é o Planetário, composto por uma cápsula inflável, com capacidade para acomodar 15 pessoas, por apresentação, e permite a simulação do sistema solar e seus principais astros.
Existe ainda uma coleção de pedras preciosas e cristais, a réplica de esqueleto e estrutura de um mastodonte, obra da artista plástica Nanci Novaes, o meteorito Quijingue, único meteorito misto, de rocha e ferro, do Brasil. Há também o painel confeccionado com pedras e rochas da Bahia, de autoria do artista plástico Juarez Paraíso, além de uma sala dedicada a contar a história do petróleo brasileiro.
Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE), o Museu Geológico tem um auditório que foi inaugurado em 1985 e desde 1996, abriga o Cinema do Museu, uma das salas de projeção de filmes de arte de Salvador. Com capacidade para 125 pessoas, o local é considerado um dos melhores espaços culturais da cidade. Além da projeção de filmes educativos, o museu é utilizado para realização de eventos científicos e culturais.
“Ter um equipamento como este, fonte de enriquecimento dos saberes para crianças e adolescentes, que permite um contato real e científico com aquilo que eles vêem nos livros, que mostra o potencial mineral do nosso estado e curiosidades do nosso planeta é um patrimônio inconteste de conhecimento da nossa Bahia e que precisa ser valorizado e conhecido”, destaca Luiza Maia, secretária de Desenvolvimento Econômico.
O circuito inteiro de visita ao Museu Geológico abrange 15 salas temáticas e tem entrada gratuita. Para grupos acima de 15 pessoas é oferecida visita orientada, atividade também gratuita, sempre previamente agendada: no telefone (71) 3336-3498 ou no e-mail, [email protected]. Os horários de visitação são de terça a sexta, das 13h às 18h, e aos sábados e domingos, das 13h às 17h. O Cinema do Museu também é palco das Terças Musicais, com apresentação mensal de Cameratas da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), fruto de parceria com o Teatro Castro Alves, toda primeira terça-feira.
Primavera de Museus
De 18 a 23 de setembro, o Museu Geológico da Bahia vai participar da 12ª edição da Primavera de Museus, que este ano traz como tema “Celebrando a Educação em Museus”. Uma diversidade de atividades integrará a programação, desde a exibição de filmes seguidos de debates, mesas redondas e exposições de jogos, fotos e grafites. O evento é realizado pelo Ibram, autarquia vinculada ao Ministério da Cultura, e é um convite à reflexão sobre o lugar da educação nos museus brasileiros.
“O tema deste ano reforça o papel fundamental de um museu e contempla um dos viés do MGB, que é a educação através do programa Museu Escola Comunidade (PMEC), que busca promover a integração da programação educativa-cultural do museu, com instituições de ensino público e privado, desde a educação infantil ao ensino superior e a outros grupos que desenvolvem atividades sociais ou culturais”, afirma a titular da SDE.
Programação completa no MGB – De 18 a 23 de setembro de 2018
EXPOSIÇÃO: Jogos Africanos – Colégio Estadual Odorico Tavares
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA: Celebrando a Educação em Museus – Colégio Estadual Odorico Tavares
EXPOSIÇÃO: Grafite sobre Papelão – Givanildo Mateus.
18/09 – Terça-feira
8h30 às 11h – Exibição de filme seguido de debate sobre “Museus e as possibilidades educativas”. Debatedores: Carla Caroline Mota Neri, Elizabeth de Jesus da Silva e Felipe da Silva Borges
13h30 às 16h30 – Exibição de filme seguido de debate sobre “Museu na Rota das Relações Étnico Raciais” Debatedores: Profa.Dra. Elizabeth de Jesus da Silva, Luciana Mendes Senna e Msc.Bárbara Vérgas
19/09 – Quarta-feira
8h30 às 11h – Exibição de filme seguido de debate sobre “Cinema, leitura, pereformace: celebrando a educação em museus”. Debatedores: Carla Caroline Mota Neri, Felipe da Silva Borges e Fábio Rodrigues Filho
14h às 17h – Mesa redonda: EM DEBATE “Celebrando a Educação nos Museus?” Participação em processo de confirmação
20/09 – Quinta-feira
8h30 às 11h – Exibição de filme seguido de debate sobre “Museus e Memórias”. Debatedores: Carla Caroline Mota Neri, Felipe da Silva Borges e Fábio Rodrigues Filho
13h30 às 16h30 – Exibição de filme seguido de debate sobre “Museu na Rota das Relações Étnico Raciais”. Debatedores: Prof.Dra. Elizabeth de Jesus da Silva, Luciana Mendes Senna, Msc. Bárbara Vérgas
21/09 – Sexta-feira
9h às 12h – Mesa redonda sobre: “Articulações conceituais: História, Patrimônio e Museu”. Participação: Profa. Dra. Joseania Freitas e Prof. Dr. Marcelo Cunha
14h às 17h – Mesa redonda: “Entre o digital e o presencial: a museologia e os museus no mundo contemporâneo” Participação: Prof. Dr. Claudio Oliveira, Profa. Msc. Luciana Messeder, Profa. Dra. Rita Maia e Prof. Msc. Heli de Almeida Sampaio Filho.