A eleição da professora Olívia Santana (PCdoB), de 51 anos, para ocupar uma das 63 cadeiras da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com sede no Centro Administrativo (CAB), em Salvador, foi um marco histórico, porque ela se tornou a primeira mulher declarada negra a ser eleita para o posto na Bahia. No último domingo (7), Olívia teve 57.755 votos e comemorou nas redes sociais. Foi a quarta vez que ela se candidatou para o cargo de deputada estadual, teve três tentativas frustradas em 2002, 2010 e 2014. Já tem, no entanto, experiência política porque foi vereadora de Salvador por 10 anos e secretária estadual de Políticas para as Mulheres.
Filha de uma empregada doméstica e de um marceneiro, Olívia já trabalhou como servente e merendeira. A dedicação aos estudos, no entanto, possibilitou que se formasse em pedagogia, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Como bandeira, sempre lutou contra as desigualdades sociais e discriminações. “Os espaços de poder, historicamente, foram ocupados por homens brancos e ricos. Nós, mulheres, conseguimos no século passado conquistar o direito ao voto e só agora estamos materializando o direito de sermos votadas. Mas essa sociedade ainda nos nega sistematicamente ter um sistema de representação. Então, precisamos de uma gestão política democrática que crie mecanismos que facilitem uma maior participação das mulheres, dos negros, dos trabalhadores. Não gostaria de ser a única na Alba, quero mais mulheres eleitas”, disse.
Em seu mandato, Olívia diz que vai se empenhar para representar os grupos que a apoiaram nessas eleições. “Estou muito animada com muita vontade política para assumir de fato essa cadeira e fazer um mandato conectado com os movimentos sociais que me elegeram, o movimento negro, o movimento de mulheres, os movimentos sindicais, os operários da construção civil, domésticas, o pessoal ligado ao esporte e a frente LGBT. Quero fazer um planejamento com esses grupos para tomar posse e estabelecer nossas prioridades. Quero contribuir com geração de emprego e renda e com os microempreendedores, com a economia solidária”, afirmou. Jornal da Chapada com informações de G1BA.