Desenvolvido pela professora do campus do Ifba em Jacobina, na Chapada Norte, Carina Machado, em parceria com a docente Valéria Gabriel da Cruz, contando com apoio dos discentes do curso técnico integrado de informática Bárbara Maia e Daniel Braz, bem como das licenciandas em computação Ângela de Souza e Jucimaria Santos, ‘Scratch Day: estimulando o pensamento computacional’ é um projeto de extensão que tem por objetivo realizar atividades lúdicas, utilizando tablets, para estimular o pensamento computacional por meio da aprendizagem criativa em crianças de 7 a 10 anos de idade.
Iniciada em agosto, a iniciativa está beneficiando turmas do ensino fundamental, além de envolver pais e professores da Escola Municipal Beatriz Guerreiro Moreira de Freitas (bairro Mundo Novo) e Almir Lopes de Souza (Pau Ferro). Após a etapa de elaboração do material didático necessário, encontros semanais de quatro horas/aula reúnem o grupo em torno da ferramenta, totalizando quatro meses de atividades, tanto no IFBA quanto nas escolas envolvidas.
“O pensamento computacional engloba a habilidade de utilizar conceitos e técnicas da Ciência da Computação na resolução de problemas do cotidiano e nas mais diversas áreas do conhecimento, reforçando as habilidades cognitivas e sociais. Atualmente se compara ao letramento e à matemática”, explica a docente Carina. Conforme Jucimaria Santos, as fases de leitura de artigos científicos e debate propiciaram o compartilhamento de informações a serem aproveitadas no projeto.
“Fizemos uma rotatividade para que tanto os colegas do curso técnico quanto nós, da licenciatura, tivéssemos contato com pais e crianças. O mais bacana disso tudo foi abranger a comunidade! Aproveitamos a ocasião para apresentar o campus, despertando o interesse pela futura formação profissional. Muitos comentaram sobre a vontade de estudar em nosso Instituto quando conheciam espaços como os laboratórios. Fiquei impressionada com o desempenho e a participação de algumas crianças, que demonstraram, inclusive, visão para a computação. Por parte delas, criatividade não foi problema!”, revela.
Durante os encontros, os alunos são apresentados à ferramenta e aos comandos disponíveis. Após explanação, realizada por meio de exemplos e atividades com as turmas separadamente (responsáveis x crianças), eles se unem para criar uma história (contendo cenário, personagens e enredo) através dos saberes aprendidos e sistematizados em apostila, elaborando conversações em sequência lógica.
Nas palavras da pedagoga Luciene Silva, mãe de Brenda Santos, 10, 5º ano do fundamental na Escola Almir Lopes, o intercâmbio entre a juventude (filhos) e os mais antigos facilitou o manuseio da tecnologia. A pequena Brenda não teve dificuldade com o uso do tablet já que costuma jogar no seu aparelho celular e notebook da mãe. “Gostei da montagem do cenário da primavera, do estilo quebra-cabeça, do diálogo entre os personagens. Foi muito legal!”, comenta.
“Infelizmente nossos alunos não têm acesso ao computador na escola. Para eles foi um verdadeiro encanto! A parceria com os pais também fez o diferencial. Mesmo não sendo alfabetizados, em sua maioria, eles brincaram e aprenderam juntamente com os filhos. O que achavam muito difícil se tornou prático e divertido”, destaca o professor do 4º e 5º ano do ensino fundamental I da referida escola, João Nildo Santos. Na opinião de Daniel Braz, 4º ano de informática, a experiência é muito diferente de tudo que vivenciou.
“Por envolver o ensino de crianças sobre como utilizar um aplicativo que, ao primeiro contato, parece bastante simples, apenas mais um jogo, porém, é um software que tem por finalidade introduzir o pensamento lógico-computacional de maneira lúdica, é um desafio! Precisamos adaptar os termos acadêmicos aprendidos tanto durante o curso, bem como no processo de leitura para o desenvolvimento do projeto de forma que nenhuma informação se perdesse. Um ganho significativo foi a compreensão mais ampla do papel da informática na educação básica e também da relevância da integração entre família e escola”, ressalta.
Ao fim de cada encontro, crianças e responsáveis são avaliados com base em questionário e roteiro. “Os próximos passos consistem na análise dos dados, que serão publicizados por meio de artigo científico”, complementa a professora Valéria. As informações são de assessoria.