A retirada dos profissionais do programa Mais Médicos pelo governo de Cuba já deixa milhares de itaberabenses sem atendimento. Mas não apenas cidades da Chapada Diamantina já sofrem as consequências das declarações do novo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), gestores de grandes centros urbanos, como ACM Neto, de Salvador, afirmam que é preciso que as contratações aconteçam de forma urgente.
Para o prefeito de Itaberaba, Ricardo Mascarenhas (PSB), o cidadão é quem está sendo penalizado. “Repudiamos esse desmerecimento aos profissionais cubanos que cuidaram das nossas famílias com dedicação e responsabilidade quando aqui estiveram, e chegaram onde nossos médicos não queriam ir. Infelizmente nossa comunidade é quem vai ser penalizada até que a contratação seja regularizada”, disse Ricardo.
Em Itaberaba, das 18 equipes de saúde da família, 14 delas são assistidas pelo Mais Médicos. Dentre essas, seis equipes contavam com médicos cubanos, que na última terça-feira (20), foram orientados a encerrar suas atividades e voltar para seu país de origem. E os municípios ficam de mãos atadas, pois caso substituam os profissionais por conta própria perdem a adesão do programa.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Urbis, Centro, Guaribas e Vazante perderam um médico cada uma. Já da unidade do Barro Vermelho, dois médicos se despedem e voltam para Cuba. Isso significa dizer que 21 mil pessoas serão diretamente afetadas, e a Secretaria de Saúde terá de aguardar o processo de contratação de outros profissionais, para suprir as vagas.
“Teremos que obedecer aos trâmites para substituição dos médicos, sob pena de perdermos a adesão do programa, que tanto beneficiou nossas comunidades. Como qualquer cidade distante da capital, Itaberaba não é um atrativo para médicos brasileiros, e para os cubanos isso nunca foi problema”, explicou o secretário de Saúde, João Rodrigues.
Em cinco anos de implantação, 63 milhões de brasileiros, de cidades distantes e pobres, foram assistidas pelo Programa Mais Médicos. Após a decisão governamental, Cuba resolveu se retirar do Programa, recebendo de volta em casa 8.500 médicos cubanos, e deixando 29 milhões de pessoas sem assistência do programa. Jornal da Chapada com informações de assessoria.