A experiência de cultivar plantas forrageiras, especialmente a palma, de forma agroecológica e irrigadas por sistema de gotejamento com água de cisternas, mobilizou várias famílias das comunidades de Várzea dos Pauzinhos, Algodões, Lagoa do Porco e Boa Vista, no interior de Campo Formoso, na Chapada Norte.
Essas comunidades são formadas basicamente por criadores de caprinos e ovinos que já tem experiência com o cultivo de plantas forrageiras para alimentar à criação e que agora estão experimentando esse tipo de plantio chamado Ensaio Agroecológico, que além de irrigado, é também adubado com esterco de animais. Boa parte do plantio foi feito em curva de nível que protege o solo e ajuda a reter água. Esse método se diferencia do modo geralmente plantado pelas famílias.
A experiência, que mobilizou principalmente as mulheres dessas comunidades, ocorreu de forma prática na última quarta-feira (16), com início do plantio de palma das espécies orelha de elefante e palma doce, que ocorreu em uma área coletiva da comunidade de Várzea dos Pauzinhos. Em breve, essa área com cerca de um hectare, dividida em oito glebas, será transformada em um banco de proteína para os animais, porque além da palma, serão plantadas também leucena, sorgo, moringa, gliricídia e outras forragens que serão distribuídas para as propriedades das famílias.
A atividade, que serve de incentivo à caprinovinocultura praticada pelas famílias da região, é mais uma ação do Projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), cujos recursos são frutos de Acordo de Empréstimo contraído pelo Governo da Bahia junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
A engenheira agrônoma Ana Márcia Carvalho, mestre em Ciências Agrárias e que orientou as famílias no plantio, disse que as forrageiras, principalmente a palma, darão um importante suporte aos animais que às vezes chegam a morrer por falta de alimentos em períodos de seca.
“Aqui será um banco de sementes e de proteínas essencial para o desenvolvimento produtivo dos animais”, disse a agrônoma que também destacou a importância do sistema de irrigação por gotejamento, uma vez que economiza muita água e é ideal para desenvolvimento de algumas espécies de forragens que serão plantadas na área.
De acordo com João Paulo Rodrigues Pinto, agrônomo do Pró-Semiárido, o cultivo de diferentes espécies forrageiras como a palma e outras plantas ricas em proteínas, representa ganhos significativos no ponto de vista alimentar para a criação que não vai precisar de tanta ração comprada no comércio.
Para Dona Neide Guimarães Silva, criadora de ovelhas, plantar palma em fileiras, com menor espaçamento e adubadas com esterco, como ocorreu no Ensaio Agroecológico, lhe serviu muito como uma aprendizagem. “Aqui aprendi a plantar a palma de um jeito diferente (…) e agora vou aproveitar o esterco da minha roça que antes eu não aproveitava muito”, disse a agricultora.
“A implantação dessas forragens vai melhorar muito porque vamos ter comida para os animais, principalmente na época da seca,” destacou dona Maria Eunice Borges, também criadora de ovelhas e líder comunitária. A criadora enfatizou ainda a importância dos animais como a principal fonte de renda para as famílias da região e que precisam estar bem alimentados para produzir carne, leite e outros derivados importantes para quem cria e para a economia da região de forma geral. As informações são de assessoria.
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