Um grupo de artesãos da Chapada Diamantina criou o projeto ‘ArtChapada’ em janeiro deste ano para dar visibilidade e expandir as vendas do artesanato produzido na Chapada Diamantina através de uma loja colaborativa virtual que vende artesanatos para todo o Brasil. A iniciativa foi idealizada pela artesã e estudante de Administração Horrana Oliveira, 21 anos, juntamente com o professor de informática, Matheus Brito. As artes variam do conhecido crochê à peças decorativas feitas com fio de cobre, palha de cipó e licuri.
“Faço crochê desde os seis anos e até hoje empreendo com ele. Tive a ideia de criar junto com Matheus uma plataforma de venda. Mas percebi que seria algo muito grande para ter sozinha. Tem tantos artesanatos legais aqui e que eu não vejo serem divulgados. Sempre quis fazer algo pelo artesanato da região. Por isso, pensei em reunir vários artesãos locais e mostrar que a Chapada não é só turismo”, explica.
Segundo ela, a participação em grupos e divulgação por meio das redes sociais estimularam o interesse dos artesãos pelo projeto. “Conheço muita gente que faz artesanato na região. Além disso, estou em vários grupos, comecei a perguntar e as pessoas foram aparecendo”, revela. Até o momento, o projeto conta com a participação de artesãos de Seabra, Palmeiras e Iraquara. Em relação ao trabalho na loja, a artesã destacou que eles se organizam como uma família. “A gente não trabalha com hierarquia, todo mundo tem poder de fala e participa de todas as decisões”, reitera.
A especialista na área de saboaria natural e estudante de nutrição, Daniela Souza, 27 anos, revelou que o projeto foi a oportunidade para expandir o seu trabalho. “Já fazia sabonetes há um tempo, mas não fazia divulgação. Eu senti que já estava na hora de expandir minhas vendas e vi a solução para esse problema quando conheci o projeto nas redes sociais”, relata.
Valorização
O artesão e mecânico Joilson Pereira, de 24 anos, complementa a sua renda com a venda das suas artes com arame de cobre e acredita que mais projetos para valorizar o artesanato local devem ser criados. “O nosso trabalho precisa ser mais valorizado. É importante fazer um grupo como esse com todos os artesãos e expandir a área de vendas”, defende.
Além da valorização, a falta de espaço também foi um problema apontado por Daniela. “Vejo que a galera tem muito potencial, mas não tem espaço. Falta muito essas feiras de artesanato por aqui, seria bacana para a gente mostrar todo o nosso talento. Porque, como sempre digo aos meus clientes, toda vez que virem o símbolo ‘feito à mão’ deem muito valor, pois ali tem muito esforço, trabalho e dedicação”, completa. Jornal da Chapada com informações de Bahia Notícias.