O número de mortos em ao menos quatro presídios em Amazonas subiu para 55. Desses 15 foram assassinados na manhã do último domingo (26), no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), outros 40 foram registrados em outras três unidades prisionais na segunda (27). Até agora são 25 mortes no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat); seis na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP); cinco no Centro de Detenção Provisório de Manaus (CPDM1); e outras quatro no Compaj. O ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou na segunda que enviará tropas da Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) para reforçar a segurança no Compaj.
Os 40 detentos assassinados ao longo do dia morreram por asfixia e perfurações. Os homens foram mortos dentro de suas celas, estrangulados por lençóis. Dessa vez, não havia visitantes como no massacre no domingo. Diante dos familiares que visitavam os detentos, 15 homens foram mortos também asfixiados pelas mãos de seus rivais ou por perfurações feitas com escovas de dente afiadas.
As informações dão conta que o massacre é uma disputa de poder dentro da principal facção da Região Norte, segundo promotores que investigam e investigaram sua atuação. Parte do massacre ocorreu na mesma penitenciária onde, em 2017, 56 detentos morreram durante confronto entre esse grupo criminoso e a principal facção de São Paulo, que tentava se infiltrar no estado. O setor de inteligência do Ministério Público atribui as mortes a um racha entre integrantes da maior facção criminosa do Amazonas, criada em 2007. No centro da briga, estão os fundadores José Roberto Fernandes, o “José Compensa”, e João Pinto Carioca, o “João Branco”.
Para o promotor Edinaldo Medeiros, responsável por denunciar 216 detentos que teriam participado do massacre de 2017, as mortes deste final de semana repetem a mesma lógica de controle da penitenciária como símbolo do poder sobre o crime no Amazonas. Naquela ocasião, no entanto, uma das prioridades dos criminosos era a exposição das mortes para causar pânico nos rivais paulistas e nas forças de segurança. “Em 2017, foi uma resposta para dizer quem mandava. Foi um recado. A brutalidade e a exposição eram um fator importante”, disse. Jornal da Chapada com informações do site do jornal O Globo.