Para quem circula na capital baiana, não é difícil encontrar um animal abandonado pelas ruas. Cavalos, cães e gatos são encontrados em diversos pontos da cidade, na maioria das vezes, maltratados e sem locais apropriados para viver. De 2016 pra cá, o número quadruplicou: são 400 mil animais pelas ruas, sem assistência necessária e controle de proliferação. Em vista disso, alguns protetores de animais soteropolitanos fundaram ONGs e institutos que resgatam e cuidam de animais abandonados. Patruska Barreiro, fundadora do Instituto Patruska, revelou em entrevista ao site Varela Notícias alguns desafios no resgate de animais abandonados na cidade.
“Todos os dias recebo mais de 200 mensagens sobre animais abandonados ou errantes em Salvador”, disse Patruska, que é protetora há 24 anos. “Não temos abrigo e os animais ficam em casas de voluntários, por isso, quando fazemos um resgate (quando temos vaga), a prioridade é para animais a beira da morte, que não consigam sobreviver muito tempo se permanecerem naquela situação, uma vez que não existe a possibilidade de abrigar todos os animais da cidade que somam mais de 400 mil entre cães e gatos, sem o amparo e suporte do poder público”, contou a protetora. Patruska também ressalta que a responsabilidade de resgate dos animais de rua não é das ONGs.
Elas estão lotadas e não tem auxílio da prefeitura ou do governo. “Fazemos um trabalho heroico diante da realidade desses animais, da questão de saúde pública e controle populacional”, disse. Segundo a protetora, esses animais foram para nas ruas vítimas de abandono em sua maioria por crias indesejadas e não existe nada eficaz que controle a proliferação desses animais. “Diversas pessoas nos procuram diariamente pedindo ajuda para atendimento veterinário do seu pet e a ausência de um Hospital Público Veterinário também gera o abandono, não há justificativa, mas muitos deixam na rua por não aguentar mais ver sofrer e não ter de onde tirar dinheiro para uma consulta”, afirmou.
A fundadora do instituto contou que a principal medida tomada pela ONG par evitar o abandono é a educação. “Nós como ONG tentamos sanar o problema educando as crianças e pessoas de forma que cuidem de seus animais e não os abandonem”, revelou. O abandono e os maus-tratos são práticas caracterizadas como crime, e a denúncia deve ser feita na Delegacia de Polícia ou no Ministério Público. As Secretarias de Meio Ambiente e o Ibama também podem ser acionados, especialmente quando as condições de maus-tratos afetam animais selvagens, silvestres e espécies exóticas. As denúncias podem ser feitas gratuitamente, pelo telefone 0800 61 8080 ou pelo e-mail [email protected]. As informações são do Varela Notícia.