A quarta edição da Feira Literária de Mucugê (Fligê), na Chapada Diamantina, movimentou o cenário cultural da histórica cidade no último final de semana, de 15 a 18 de agosto. A Fligê homenageou o poeta Castro Alves e apresentou temas necessários e importantes em discussões sobre literatura, poesia, produções independentes e mercado editorial, mas também sobre os abismos sociais, o racismo, o fascismo, o empoderamento da mulher e do negro, a diversidade e a liberdade, em leituras que remetem ao passado, pensando no futuro.
Os secretários estaduais de Cultura e de Educação, Arany Santana e Jerônimo Rodrigues, assim como o presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, Nelson Leal, e o deputado estadual Rosemberg Pinto prestigiaram a programação da quarta edição. “A Fligê é um dos espaços de referência no campo da literatura baiana, onde o livro, a leitura, a escrita e a literatura se encontram com seus atores e autores para celebrar a vida e a liberdade”, afirmou Arany.
Entre os escritores convidados, estiveram Mailson Furtado (Prêmio Jabuti 2018), Itamar Vieira Junior (Prêmio Leya 2018), Saulo Dourado, Noemi Jaffe, Meimei Bastos, Franklin Carvalho e Luís Serguilha. Nas sessões de lançamentos, participaram com suas mais recentes publicações: Adroaldo Almeida (“A Última Flor da Terra”), Domingos Ailton (“Antônio Burokô”), Luiz Rogério Cosme (“Democracia Golpeada”), Dirlêi Bonfim (“Alquimia das Palavras”), entre outros.
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“Eu fico muito impressionado com a qualidade da homenagem que está sendo feita pela Fligê porque observo que a programação é resultado de uma curadoria muito competente, sofisticada, capaz de mapear realmente tudo o que temos de significativo em torno do poeta. Ver que outras pessoas estão embarcando no pensamento renovador, que a Feira proporciona, causa um sentimento de coletividade”, disse o dramaturgo e pesquisador da obra de Castro Alves, Edvard Passos, conferencista da abertura.
A Fligê também contou com shows das cantoras Ana Cañas, Larissa Luz e do cantor Renato Braz. Participaram da programação o ator Jackson Costa e a atriz Tânia Toko. O encerramento foi com o concerto da Orquestra Conquista Sinfônica, com regência do maestro João Omar de Carvalho Mello. “Esse show realizado foi um dos shows mais bonitos do ano! O público baiano me emocionou diversas vezes cantando todas as músicas e manifestando carinho extremo”, agradeceu a cantora Ana Cañas.
“Chegamos ao final mostrando que a literatura e as outras expressões artísticas dialogam com perfeição. O que a gente pode perspectivar é que a Fligê alcançou a sua maioridade e, em termos de público, nós tivemos uma diversidade, mas uma participação maior dos estudantes e da juventude”, avalia a curadora da Feira, Ester Figueiredo. “Tivemos também o registro de um público maior de pessoas do exterior, da Espanha, de Portugal, da Itália e da França, ou seja, estamos em diálogo com a literatura mundial”.
Para o deputado federal Waldenor Pereira, que destinou emenda para a realização da Fligê juntamente com o ex-deputado Jean Wyllys, a Feira está consolidada. “Pessoas de 71 municípios registraram presença nesta edição da Fligê. Esta foi a edição com a maior participação de público. Nossa avaliação é, portanto, muito positiva, sobretudo nesse contexto e nesta conjuntura desafiadora que passa o nosso país. Através da literatura, da arte, da cultura, nós podemos debater e fazer frente à onda conservadora e reacionária que se abateu sobre o Brasil”, destacou.
Selo Fligê
Nesta edição, o Selo Fligê e o programa Alba Cultural lançaram o livro “Auto da Gamela”, de Esechias Araújo e Carlos Jehovah. A obra, original de 1981, ganhou segunda edição, revista e ampliada, incluindo versos censurados na época, e com ilustrações do artista plástico conquistense Silvio Jessé. Os exemplares foram distribuídos ao público da Fligê no estande da Alba. A Fligê é uma realização em parceria do Instituto Incluso, Coletivo Lavra e Governo do Estado, com patrocínio do governo federal. As informações são de assessoria.
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