Há contraindicação para a cirurgia bariátrica? A cirurgia metabólica pode reverter a diabetes tipo 2? É importante que o paciente tenha acompanhamento psicológico antes e depois da cirurgia bariátrica? É preciso fazer atividade física após a cirurgia? Pacientes que fazem cirurgia bariátrica voltam a engordar um ano após o pós-operatório? Mulheres que fazem redução de estômago podem engravidar? Após a bariátrica muitos pacientes são acometidos pela depressão? Há uma série de mitos e verdades sobre a cirurgia bariátrica e metabólica.
Para esclarecer dúvidas e orientar sobre as indicações, benefícios e riscos do tratamento, o NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade) realiza nesta quarta-feira, dia 4 de setembro, às 18h30, no Auditório do Hospital EMEC, em Feira de Santana, um encontro sobre cirurgia bariátrica e metabólica aberto à população e voltado para pessoas que sofrem de obesidade e doenças associadas e seus familiares. Informações e inscrições gratuitas através do telefone (71) 3038-0700. Vagas limitadas.
Durante o evento, os cirurgiões bariátricos Adriano Rios e João Victor do Vale vão conduzir uma roda de conversa sobre pré e pós-operatório da cirurgia bariátrica e metabólica. A obesidade é o resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. É considerada uma doença crônica, multifatorial, progressiva e que pode causar a morte precoce.
Entre as doenças e complicações associadas à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças osteoarticulares, diabetes, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia so sono, esteatose hepática (gordura no fígado), alguns tipos de câncer, disfunções respiratórias, depressão e outros transtornos psicológicos.
Cirurgia Bariátrica
Quando a obesidade chega a um nível crítico e a dieta, associada às atividades físicas, não produz efeito, a intervenção cirúrgica é uma alternativa. “Quando o grau de obesidade e de doenças associadas trazem risco de vida, o tratamento cirúrgico é recomendado”, explica o cirurgião Adriano Rios. Além de reduzir o peso, melhorar a saúde em diversos aspectos e promover a qualidade de vida, a cirurgia bariátrica colabora com a recuperação da autoestima. O procedimento promove a mudança de hábitos e a qualidade de vida do paciente com o objetivo de fazê-lo ter uma vida mais saudável e longa.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a maioria dos procedimentos é feito em pacientes entre 35 e 50 anos. A indicação cirúrgica pode ser feita, no entanto, dos 18 aos 65 anos. A população feminina representa cerca de 70% das cirurgias realizadas no Brasil. Dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), do Ministério da Saúde, revelam que o índice de brasileiros com obesidade cresceu 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018.
O levantamento também registrou crescimento considerável de brasileiros com sobrepeso (excesso de peso). Mais da metade da população brasileira, 55,7%, sofre de excesso de peso. Não por acaso, o Brasil é o segundo país do mundo no ranking da cirurgia bariátrica, ficando atrás apenas dos EUA. A cirurgia bariátrica é bastante segura, mas apresenta riscos como qualquer procedimento cirúrgico. Cada caso precisa ser avaliado cuidadosamente. A análise do paciente envolve vários exames clínicos e laboratoriais. “É importante que o paciente esteja bem informado sobre o procedimento, o pré e o pós-operatório e os hábitos que terá que adotar após a cirurgia”, explica Adriano Rios.
Cirurgia Metabólica para o controle da diabetes tipo 2
Um tratamento cirúrgico traz uma nova perspectiva para os pacientes portadores de diabetes mellitus Tipo 2, doença que acomete principalmente pessoas obesas ou com sobrepeso. Trata-se da cirurgia metabólica indicada para pessoas que não conseguem controlar a diabetes e podem sofrer as complicações da doença. A indicação da cirurgia metabólica para o tratamento de pacientes com diabetes foi normatizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com a resolução Número 2.172/2017. O procedimento é indicado para pacientes diagnosticados com diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) há menos de dez anos, que possuam Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 Kg/m2 e não consigam controlar a doença com o tratamento clinico e mudanças no estilo de vida.
A cirurgia pode ser realizada em pacientes entre 30 e 70 anos no máximo. O procedimento é uma variante da cirurgia bariátrica. A diferença é a indicação. Enquanto a bariátrica é indicada para promover o emagrecimento de pacientes com obesidade, a cirurgia metabólica tem como objetivo principal o controle da diabetes. A cirurgia é considerada segura e os resultados, geralmente, são percebidos a curto prazo. O procedimento não garante a cura, mas possibilita o controle da diabetes, uma doença importante e sistêmica que atinge todos os órgãos. O paciente resgata sua saúde e sua qualidade de vida.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a doença atinge mais de 425 milhões de pessoas no mundo e cerca de 13 milhões de brasileiros. A diabetes tipo 2 é a mais comum e representa 90% dos casos da doença, caracterizada pela produção reduzida de insulina pelo pâncreas ou por uma falha do organismo na ação da substância, que tem a função de metabolizar a glicose para produção de energia. A doença é associada aos hábitos de vida. “A obesidade, o sobrepeso e os hábitos de vida, como a má alimentação e o sedentarismo são fatores de risco para a doença”, afirma Adriano Rios. As informações são de assessoria.