Além dos tradicionais desfiles cívico-militares, a comemoração da independência do Brasil também foi marcada por protestos em todo o país. O também já tradicional Grito dos Excluídos levou manifestantes às ruas de em ao menos 12 estados e no Distrito Federal com o tema ‘Este sistema não Vale’. O tema faz referência mineradora Vale, responsável pelo desastre ambiental e morte de centenas de pessoas em Brumadinho (MG). Os participantes do Grito dos Excluídos protestaram também contra a desigualdade social, os cortes na educação e as queimadas na Amazônia.
Em São Paulo o evento começou na Avenida Paulista e as pessoas saíram em marcha em direção ao Monumento às Bandeiras. No Rio de Janeiro, o ato aconteceu na Rua Uruguaiana, a poucos metros da Avenida Presidente Vargas, local do desfile oficial do Dia da Independência.
Com a participação de movimentos estudantis, sindicatos e organizações sociais, o protesto também aconteceu em outras 21 cidades, como Brasília, Campo Grande, Recife, Belém e Salvador. O Grito dos Excluídos acontece todo ano no sete de setembro há 25 anos. Ele é organizado por movimentos sociais para questionar a desigualdade social no Brasil.
Grito do Excluídos em Salvador
Salvador
Centenas de manifestantes marcharam, na manhã deste sábado, no desfile de 7 de Setembro, do Campo Grande à Praça Castro Alves, no centro de Salvador. Organizado pela Igreja Católica, com apoio de entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais, o protesto foi marcado por discursos contra o governo do presidente Bolsonaro.
A defesa da educação pública foi uma das bandeiras mais levantadas em toda a caminhada. Com faixas e cartazes, estudantes questionavam os cortes nos recursos das universidades e a suspensão de 5.600 bolsas de pesquisas anunciada na última segunda (2), pelo Ministério da Educação.
Verde e amarelo X preto
O presidente Jair Bolsonaro havia pedido que as pessoas saíssem usando roupas verdes e amarelas no Dia da Independência. A solicitação de Bolsonaro, no entanto, gerou uma reação de seus opositores, que passaram a divulgar uma campanha para que as pessoas vestissem roupas pretas. Na manhã deste sábado, a hashtag “#Dia7EuVouDePreto” chegou a ser um dos assuntos mais comentados no Twitter.
A movimentação foi comparada tanto pelo presidente quanto pela oposição aos protestos contra o ex-presidente Fernando Collor. Bolsonaro, ao pedir para as pessoas usarem o traje verde e amarelo, se comparou a Collor e disse que desta vez daria certo. No mesmo sentido, os opositores pregaram a volta dos caras pintadas – os estudantes que pintavam o rosto nas cores da bandeira brasileira nos protestos pelo impeachment de Collor. As informações são do Último Segundo.