Cerca de 35 mil hectares da fazenda Caiman, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, estão destruídos por queimadas, segundo o Corpo de Bombeiros. No local, acontecem atividades de ecoturismo, pecuária e pesquisas ligadas à preservação de onças, araras azuis e papagaios. “Por enquanto é possível afirmar que esse é o incêndio de maiores proporções que já vimos em nossos anos de atuação aqui no Pantanal”, resume o projeto Onçafari em post no Instagram nesta quarta-feira (11). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo atingiu a fazenda no início da tarde de quarta-feira (11).
Militares, policiais ambientais, equipe de brigadistas do local, um caminhão do Exército e avião agrícola carregado com água conseguiram controlar as chamas. O fogo se espalhou rapidamente por causa do vento e do tempo seco. Na manhã desta quinta-feira (12) o grupo trabalhava no combate ao rescaldo das chamas. As chamas não atingiram as pousadas e casas de funcionários, mas chegaram bem perto da sede do projeto Onçafari e passaram pela área onde ficam os recintos de reintrodução de onças na natureza.
No mesmo post em que destacam a dimensão dos estragos, pesquisadores do projeto relatam que conseguiram salvar a onça-pintada Jatobazinho, que está sendo preparada para ser reintroduzida no habitat natural. Ela estava no recinto atingido pelo fogo e foi levada para um local seguro. Conforme os bombeiros, o incêndio pode ter matado animais que vivem na região mas, por enquanto, não é possível avaliar o prejuízo ambiental.
Emergência
O município onde fica a fazenda está entre os 9 de Mato Grosso do Sul em situação de emergência por causa da quantidade de queimadas. O decreto que coloca as áreas rurais de Miranda, Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Corumbá, Ladário, Bonito, Porto Murtinho e Bodoquena com necessidade de ações de controle urgentes, foi publicado nesta quinta-feira (12) do Diário Oficial do Estado.
A Defesa Civil avalia a situação como “crítica”. O número de focos de queimadas no Pantanal de 1º janeiro a 11 de setembro de 2019 já é 334% maior do que o registrado no mesmo período em 2018; e 43,6% acima da média registrada nos mesmos dias dos últimos 21 anos (de 1998 a 2018). Os dados são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Conforme os números do Inpe, Corumbá lidera o ranking do país em queimadas e Mato Grosso do Sul fica em sétimo, com 6.328 focos até 11 de setembro. Em 2012 foram 14.543. As informações são do G1.