Há cerca de dois anos e cinco meses o prédio da Associação dos Estudantes Ipiraenses (Aeipi), situado no bairro do Tororó, em Salvador, está abandonado e sem reforma. No começo de abril de 2017, uma parede veio abaixo, o que aumentou os riscos da permanência dos jovens no espaço. Em agosto do mesmo ano, eles saíram do imóvel, indo para uma casa alugada nos bairro dos Barris. Segundo o estudante José Roseno Júnior, presidente da entidade, o espaço está deteriorado e não há manutenção.
A promessa era que as obras no prédio histórico do Tororó começassem logo. No entanto, nada foi feito. Ainda segundo Júnior, um pré-projeto foi enviado à prefeitura no início deste ano para tentar agilizar as obras, mas a iniciativa não foi adiante. Outros encontros em junho e julho também não surtiram efeito.
O estudante vê indiferença e falta de responsabilidade por parte da prefeitura. “É uma omissão muito grande. A gente vem buscando uma solução desde abril de 2017, quando a parede e parte do teto caíram, mas não há nenhuma proposta concreta. É só promessa. Desde 2017, o prefeito prioriza outras reformas em vez da reforma da Casa que abriga 25 pessoas”, lamentou o estudante.
Ele disse ainda que, como o prédio está abandonado, há o risco de uma ocupação. Há relatos de que suspeitos de furtos usam o imóvel para chegar a outros prédios vizinhos. O estudante, que faz bacharelado interdisciplinar na Ufba, afirmou que a Aeipi não vai desistir da reivindicação. “Essa é a principal bandeira da gente. Não vamos parar”, declarou.
Resposta
O prefeito Marcelo Brandão condicionou o início dos trabalhos à finalização de outra reforma, a do Mercado de Artes do município, previsto para ser entregue em fevereiro do ano que vem. A depender do avanço dos trabalhos, ele supõe que a reforma possa ser iniciada até no final deste ano. “Assim que as obras do Mercado de Artes avançarem, coisa de cerca de 70% dessas obras, a gente já começa a fazer o trabalho na Casa dos Estudantes”, prometeu.
O gestor alegou que a crise financeira impactou no orçamento, mas afirmou que a reforma da Aeipi será feita com recursos próprios. O custo, segundo ele, deve girar entre R$ 700 mil a R$ 800 mil. Enquanto isso, o administrador disse que vai continuar pagando o aluguel do imóvel que abriga os jovens.
Em relação ao risco de ocupação irregular do espaço, o prefeito afirmou que o secretário municipal de Infraestrutura virá a Salvador até a próxima semana para avaliar as condições do espaço e reforçar a segurança. “Determinei ao secretário de infraestrutura que verifique se existe alguma parede que precisa ser demolida. Eles vão também colocar um tapume e uma placa para dizer que a propriedade é do município de Ipirá. Se precisar a gente bota alguém para tomar conta”, concluiu. Jornal da Chapada com informações do site Bahia Notícias.