Os constantes atrasos de salários voltaram a causar transtornos neste final de ano para os funcionários que atuam no Hospital Regional da Chapada, localizado no município de Seabra, ao ponto deles ameaçaram parar as atividades. Novamente um grupo de servidores procurou o Jornal da Chapada para fazer a denúncia e cobrar da empresa APMI [Associação de Proteção à Maternidade e à Infância], que administra a unidade de saúde. Nesta segunda-feira (2), o grupo de 53 pessoas enviou mais dados sobre o caso e pediu para que os funcionários não fossem identificados na publicação por medo de represálias. “Se até sexta-feira [6] não nos pagarem tudo o que nos devem, não iremos mais trabalhar, cruzaremos os braços”, informa o grupo por meio de nota.
Já são dois meses de atrasos e sem data prevista para pagamento do salário nem do 13º, segundo os dados enviados para o Jornal da Chapada. “Sou funcionário do Hospital Regional da Chapada em Seabra e gostaria de denunciar anonimamente o descaso que estamos enfrentando aqui, por parte da empresa que não honra com os honorários dos funcionários. Já entramos no terceiro mês de salários atrasados e sem nenhuma data prevista para pagamento, nem do salário e nem do 13°. Somos mães e pais de família. Não trabalhamos porque é bonito dizer que trabalha num hospital, trabalhamos porquê temos contas de energia, água, aluguel, mercado, açougue, muitas vezes escolas para pagar e está tudo virando uma bola de neve”, aponta um dos funcionários.
De acordo com o grupo, quando algum dos servidores questiona, os representantes da empresa APMI falam “que se não estamos satisfeitos que podemos sair”. A mesma situação de antes, já denunciada aqui pelo Jornal da Chapada. “Estamos sendo cobrados na rua, o comércio local não vende mais fiado para quem trabalha nesse hospital. Não temos mais dignidade, e perderam o respeito por nós funcionários. Estamos passando fome”, destaca outro servidor.
Os funcionários dizem que as equipes médica e de higienização estão com dois meses de salários atrasados referente ao mês de outubro e novembro. “Temos colegas passando por necessidades, sobrevivendo de doações, a situação está precária na unidade. Não temos nem uma satisfação por parte da direção do hospital. Já não aguentamos mais essa falta de respeito com os funcionários”, frisa indignada uma funcionária.
O grupo contesta ainda que “toda empresa ao assumir um hospital do porte desse, tem que comprovar que tem capital suficiente para arcar com os salários dos funcionários por três meses, mesmo que a Sesab [Secretaria Estadual de Saúde] não faça o repasse. Afinal, trabalhamos para a empresa APMI e não para o governo. Já estamos organizando o abaixo assinado e enviaremos ao Ministério Público para mostrar todo o descaso que estão nos submetendo”, completa nota do grupo. O Jornal da Chapada tentou contato com a empresa e com a administração do hospital, mas não obteve sucesso. Os espaços estão franqueados para a defesa.
Jornal da Chapada