O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disse, nesta quarta-feira (4), que o ‘Caso Queiroz’ abriu caminho para a crise do governo Bolsonaro e que, depois de um ano sem investigação, a situação “revela a morosidade e descaso com o que as denúncias foram tratadas”. Para Assunção, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve se debruçar sobre o caso para que as denúncias sejam definitivamente elucidadas, pois envolve um ex-deputado estadual, agora senador, e filho do presidente, Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). “Tem muito fake news circulando, e, pelo visto, bancados com dinheiro do governo federal, uma ex-aliada do presidente que disse. E todos nós já sabíamos que isso acontecia, agora foram apresentadas as provas. E o ‘Caso Queiroz’ já dava sinal que o governo Bolsonaro viraria ruínas, e foi o que aconteceu. Todo dia uma nova crise, todo dia uma declaração absurda de algum preposto do governo para tentar encobrir essas e outras denúncias”.
Valmir detalha os dados apresentados em denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Os documentos apontam que existe suspeita de ‘rachadinha’ no gabinete de Flávio quando era deputado estadual. Os indícios foram reforçados no dia 8 de novembro de 2018, quando a Polícia Federal (PF) chegou a cumprir dez mandados de prisão contra deputados estaduais do Rio. A operação ‘Furna da Onça’ desmontou um esquema de recebimento de propina e distribuição de cargos públicos com fins políticos na Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj). Um relatório anexado à investigação apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Casa – e um deles era justamente Fabrício Queiroz. O policial reformado teria sido motorista e assessor do então deputado, movimentou R$1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O último salário de Queiroz na Alerj foi no valor de mais de R$8,5 mil.
“Depois de muita turbulência política provocada por essas investigações, Queiroz sumiu. Não compareceu a nenhuma audiência e não foi conduzido coercitivamente. O que é um tanto estranho diante da gravidade das denúncias. O filho de Bolsonaro até tentou, mas era pior cada vez que ele tentava se explicar. Um ano se passou e mesmo com o relatório do antigo Coaf ter identificado movimentação atípica de R$1,2 milhão em nome de Fabrício Queiroz nada foi resolvido. Esse relatório é escandaloso, e a investigação enfrentou uma batalha judicial com dezenas de quebras de sigilos bancários e fiscais e a paralisação de quase mil ações contra corrupção no Brasil. Isso mostra a parcialidade de setores da justiça, o que é um sério problema para o país”, completa. As informações são de assessoria.