A greve dos caminhoneiros, prometida na semana passada por profissionais autônomos para esta segunda-feira (16), acabou não ocorrendo. Lideranças que tentaram organizar a paralisação afirmaram que houve “omissão” da categoria. Segundo eles, motoristas desistiram da ação por causa de discordâncias políticas entre os caminhoneiros e devido a um acordo feito com o governo. A categoria reivindica redução do preço do diesel, revisão do valor mínimo da tabela do frete e fiscalização para que as empresas cumpram o pagamento do frete.
A paralisação deveria ter começado às 6h desta segunda, mas não houve registro de qualquer paralisação significativa nas estradas do país ao longo do dia. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal), nenhuma das rodovias federais apresentou problemas. A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), uma das entidades que liderou a greve de 2018, afirmou que também não identificou qualquer movimentação ou adesão por parte da base coligada.
“Caminhoneiros foram omissos”
“No final de semana, os caminhoneiros se desarticularam, e a maioria desistiu”, afirmou o caminhoneiro Sergio Henrique Silva, liderança na Bahia e um dos apoiadores da greve. O motorista autônomo lamenta que o movimento não tenha ocorrido e diz que o principal motivo foi a falta de união da categoria.
“Os caminheiros foram omissos, como grande parte do povo brasileiro. Nós só queremos melhorias para a classe e para todos os brasileiros, mas a maioria [dos caminhoneiros] entendeu que não era hora e não quis aderir [à paralisação]”, diz Sergio Henrique Silva, liderança de caminhoneiros na Bahia.
O portal UOL procurou Marconi França, de Pernambuco, principal articulador nacional da greve, mas não teve retorno até o momento. Segundo Silva, um dos motivos para a greve não ter ocorrido foi a promessa feita pelo governo de publicar amanhã (17) o novo Ciot (Código Identificador da Operação de Transportes), ferramenta que rastreia e identifica empresas que não pagam o valor mínimo do frete.
“Com o Ciot para todos, as empresas que não pagam o [frete] mínimo e sonegam impostos serão punidas. Essa promessa fez com que muitos recuassem, mas essa é só uma das várias reivindicações, ainda falta muita coisa”, disse. “E, se ele [o governo] voltar atrás, iremos marcar outra [greve].” Procurados, o Ministério da Infraestrutura e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) não confirmaram a promessa de publicar o novo Ciot. As informações são do Portal UOL.