Um discurso do secretário da Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, gerou indignação nas redes sociais nesta sexta-feira (17). No vídeo postado na página oficial da Secretaria Especial da Cultura, Alvim copia trechos de discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista, sobre as artes. Após a polêmica, o presidente decidiu demitir o secretário. Em meados do século XX, Goebbels havia afirmado que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”.
No discurso do secretário da Cultura, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”. Além dos trechos do pronunciamento, os internautas também chamaram a atenção para as semelhanças da estética do vídeo, da aparência do secretário, do vocabulário, do tom de voz e da trilha sonora escolhida. Após a repercussão do vídeo, políticos e famosos se pronunciaram sobre o assunto.
“O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Eles nem se escondem mais”, escreveu o músico Marcelo D2. “Ao empregar parte de texto de Goebbels e ópera de Wagner, fundo musical preferido de Hitler, para noticiar seus planos para a cultura brasileira, Roberto Alvim, Secretário de Cultura, escancara de vez a face Neonazista e criminosa deste DESgoverno de @jairbolsonaro ! Inaceitável!”, comentou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).
Prêmio Nacional das Artes
O vídeo do secretário foi feito para a divulgação do Prêmio Nacional das Artes. Alvim começa sua fala citando um pedido do presidente: que a cultura não destrua e sim salve a juventude brasileira. “A cultura é a base da pátria. Quando a cultura adoece, o povo adoece junto. E é por isso que queremos uma cultura dinâmica, mas ao mesmo tempo enraizada na nobreza de nossos mitos fundantes”, disse o secretário. Segundo ele, o Prêmio Nacional das Artes vai gerar milhares de empregos, capacitação profissional e formação de público. As informações foram extraídas da Istoé.