Capoeiristas da Chapada Diamantina, da Bahia e de outras regiões do país devem se encontrar no Vale do Capão, município de Palmeiras, para o ‘Festival de Capoeira Angola’ que acontece entre os dias 5 e 9 de fevereiro. De acordo com informações enviadas ao Jornal da Chapada, esse é o maior festival de capoeira da região e está na sua 21ª edição. A ação é promovida desde 1999 pelo grupo de capoeira Angoleiros da Serra, liderado pelo Mestre Barteló, responsável pela tradicional roda de capoeira aos domingos na feira do Capão. A programação musical tem entrada franca e contará com a presença de Yayá Massemba (samba), Gil Novaes (axé das antigas) e Em Transe (reggae roots).
O festival será sediado na ‘Casa de Pedra’ e promoverá, além dos treinos e rodas de capoeira, debates sobre a tradição, oficinas de música, confecção de instrumentos, dança afro, samba de roda e bioconstrução. Entre essas atividades, ao som dos berimbaus, os angoleiros, como os capoeiristas se autodefinem, desfrutarão das trilhas, banhos de rio e cachoeira do Vale do Capão e vila de Conceição dos Gatos. Em anos anteriores, o evento incluía a trilha do Vale do Pati. Entretanto, na edição de 2020 as atividades vão se concentrar no Capão e na vila de Conceição dos Gatos para reforçar os laços com a comunidade.
As rodas de capoeiras e shows são gratuitos na programação cultural e a vivência completa custa R$300, incluindo a estrutura para hospedagem em camping, alimentação étnica-gastronômica, além da participação em aulas e oficinas ministradas por mestres angoleiros e pelo professor de dança Toni Silva. As inscrições podem ser feitas clicando neste aqui. Para mais informações, os organizadores do festival disponibilizaram o contato de Mestre Barteló (75) 98113-4964 (whatsapp) e/ou o e-mail [email protected].
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Treino no coreto da vila do Capão
Aberto ao público, o evento contará com rodas de capoeira diariamente em diversos locais, como o coreto da vila, praça de Conceição dos Gatos e ‘Casa de Pedra’. O objetivo é reunir capoeiristas e simpatizantes, despertando atenção para a prática, as origens, ensinamentos e técnicas, além de agregar mais pessoas à cultura da capoeira.
Em 2014, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) declarou a roda de capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, que juntamente com o samba de roda do Recôncavo Baiano, é uma das cinco manifestações culturais brasileiras reconhecidas pelo órgão da ONU. Com berimbaus, pandeiros e atabaques, somados à ginga e força, esse símbolo de resistência original do Brasil é, hoje, praticado em todo o mundo.
Roda com Mestre Barteló e Mestre Olavo
O festival tem a expectativa de receber dezenas de praticantes da região, da capital e de outros estados. Estão confirmadas as presenças de grandes mestres da capoeira como Mestre Lua Rasta (Salvador), artesão em seu conhecido ateliê de instrumentos no Pelourinho e responsável pela tradicional roda de capoeira do Terreiro de Jesus; Mestre Olavo, do município de Barreiras, Quilombo Angola; Mestre Cláudio, de Feira de Santana, do grupo Angoleiros do Sertão; Mestra Gegê, de Valença, ligado à Fundação Internacional de Capoeira Angola.
Tem presença confirmada também o Mestre Cabeludo, de Salvador, representante do Grupo de Capoeira Regional Porto da Barra; Mestre Bel, também de Feira de Santana, do Bando Maré de Março; Contramestre Calça Furada, do município de Seabra, na Chapada Diamantina, que é do grupo Angoleiros do Sertão e do Contramestre Minhoca, que vem de Brasília (DF), e é da Escola de Capoeira Angola Essência da Liberdade. Jornal da Chapada com texto base de assessoria.