Além do salário de R$ 30,9 mil, Paulo Guedes (Economia) recebe dos cofres públicos R$ 7.733 por mês de auxílio-moradia, o teto permitido por lei, e passagens para ir de Brasília ao Rio, onde tem moradia fixa. Até julho, Guedes recebia também diárias (R$ 7.501 ao todo) para dar expediente na cidade onde mora, incluindo em datas sem compromisso na agenda.
Entre as 60 viagens bancadas com dinheiro público no ano passado, 38 aconteceram a partir de quinta-feira, tendo como destino o Rio. O contracheque do ministro traz também um aporte mensal de R$ 458 a título de auxílio-alimentação.
Guedes é alvo de críticas de servidores desde que os comparou a parasitas que estariam matando o hospedeiro, no caso o governo, que em suas palavras “está quebrado” e gasta 90% da receita com o funcionalismo. Antes de ingressar na política, Guedes era presidente da Bozano Investimentos, que administrava fundos avaliados em R$ 2,7 bilhões.
Como nunca foi candidato a cargo eletivo, o tamanho do seu patrimônio não é público. A consulta ao Portal da Transparência mostra que, dos 22 ministros, ao menos 5 não recebem auxílio para alimentação e 11 não ganham o de moradia. O Ministério da Economia diz que os auxílios estão previstos em lei e que Guedes não tem imóvel próprio em Brasília.
A assessoria do ministro diz que os dois auxílios estão previstos em lei, têm caráter indenizatório e se aplicam a toda a administração pública. “O ministro não tem imóvel próprio em Brasília e optou por não utilizar a residência oficial. A casa foi vendida por meio de uma licitação. O auxílio-moradia recebido, então, é para custear parte da estadia dele para trabalhar na capital.”
A assessoria diz ainda que o valor do auxílio é inferior aos gastos do ministro em sua estadia em Brasília e que Guedes recebeu as diárias pelo trabalho no Rio de forma automática até julho de 2019, data em que teria sido informado sobre o procedimento. “A partir de então, determinou que fosse cessado esse pagamento.”
Ainda segundo os auxiliares de Guedes, o ministro não utiliza nenhuma outra verba do Ministério da Economia para custear sua alimentação, mesmo quando participa de almoços com caráter de reunião de trabalho, durante o expediente. As informações são da Folha de S. Paulo.