“Estamos chegando a um momento crítico neste país e que acredito que seja o limite. O presidente Jair Bolsonaro, todos os dias, afronta as instituições brasileiras. Bate no Congresso, no Tribunal Eleitoral, no Supremo Tribunal Federal e não podemos conviver com isso. Os poderes são independentes e harmônicos e é uma premissa fundamental, precisamos levar em consideração. O que Bolsonaro falou sobre o processo eleitoral no Brasil nós não podemos concordar”. A fala é do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (10) para cobrar uma posição da Casa e dos presidentes dos poderes constituídos no país. Ele se refere à convocação de Bolsonaro para protestos no dia 15 de março.
Para Assunção, “Bolsonaro faz chantagem com o Congresso”, diz que “o governo está em colapso” e que “o presidente não sabe o que fazer para aprovar os projetos que ele enviou” ao parlamento brasileiro. “Primeiro, disse que ia chamar as mobilizações contra o Congresso Nacional por causa dos R$30 bilhões destinados aos deputados. Agora, está dizendo que vai parar com as mobilizações se, por acaso, o Congresso aprovar os projetos de lei que ele próprio enviou. Ou seja, chantagem todos os dias e esse parlamento não diz nada, não se posiciona. Parece que concorda com tudo que Bolsonaro está dizendo. Porque se é verdade as afirmações dele, é preciso que os presidentes da Câmara e do Senado digam para a população”.
Valmir continua o discurso, dizendo que o presidente da República “amplia a chantagem todos os dias” e que “não concorda com o método”. Ele afirma que não se pode passar a ideia de que Bolsonaro é responsável pelas mobilizações, por exemplo. “Sou a favor de protestos. As pessoas têm o direito de se mobilizar, reclamar, criticar e reivindicar. Isso faz parte do processo democrático, mas Bolsonaro não é nada democrático. Ele se elegeu pelo regime democrático, mas o que ele quer é restabelecer no Brasil o AI-5. E não vai conseguir, porque o povo brasileiro não vai aceitar retrocessos”, completa o petista. As informações são de assessoria.