*Por Joy de Utinga
Um presidente que, embora eleito democraticamente, paquera com ingerência em órgãos investigativos, namora com a milícia e flerta com o autoritarismo, e, acuado, busca a barganha rasteira para manter-se no poder, ignorando o mal do século, a Covid-19, que nos ameaça a vida da forma mais dramática e cruel, por asfixia.
De outra parte, um agora, ex-juiz e ex-ministro, que fez da toga um trampolim, atropelou o Estado de Direito, gravou e vazou áudios ilegalmente, barganhou uma carreira na magistratura, buscou, por vias tortuosas ascender a postos máximos, e, agora, ignorando a pandemia e as vidas asfixiadas, rouba os holofotes para, novamente, vazar áudios e print’s, senão ilegais, no mínimo imorais e covardes.
Hospitais lotados, cemitérios engarrafados, valas comuns, o sofrimento e a morte nos rondando, e, os “amigos” competindo sordidamente.
Em Brasília, conversas íntimas e privadas, são reveladas, padrinhos de casamentos printando afilhadas, vazamentos esdrúxulos expostos em mídias nacional e uma campanha eleitoral deflagrada com mais de dois anos de antecedência, a despeito de uma pandemia que mobiliza o mundo, em uníssona voz a implorar por união de todas as forças, em defesa da vida.
Não bastasse as mazelas históricas, a pandemia e o caos econômico-financeiro que aproxima-se, eis que o Brasil, inacreditavelmente, tem outros focos: paredões semanais globais, e, agora, paredões ministeriais, também semanais, a escandalizar o país e relevar sofrimentos e vidas a terceiro plano.
Ao que parece, aqui nos rincões interioranos, cuidemos de defender a saúde e a vida, pois em Brasília, os temas serão Cpi’s, Cpmi’s e impeachment.
Meu Deus!
*Joy de Utinga é natural do povoado de Amparo (Zuca), que é dividido entre os municípios de Ruy Barbosa e Boa Vista do Tupim. Ele é casado, técnico em contabilidade, graduado em Administração, ex-servidor concursado do Ministério da Saúde e Baneb, aposentado pelo Banco do Brasil e prefeito de Utinga.