Uma frente de deputados federais da oposição, entrou com uma representação no Supremo Tribuna Federal (STF), no último domingo (17), para que a corte inclua o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu suplente, o empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ), no inquérito para investigar uma tentativa de intervenção na Polícia Federal por parte do presidente Jair Bolsonaro.
A suposta tentativa de interferência na PF foi denunciada pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Em entrevista ao jornal ‘Folha de S.Paulo’ no último sábado (16), o empresário afirma que Flávio Bolsonaro o procurou após o segundo turno das eleições presidenciais em 2018, e afirmou que teve conhecimento prévio sobre a Operação Furna da Onça, da Polícia Federal.
Na petição, 11 deputados pedem que o ministro Celso de Mello, responsável pelo acompanhamento das investigações, solicitem o depoimento do senador e de seu suplente. Além disso, os parlamentares pedem a busca e apreensão de provas relacionadas ao caso, em especial do telefone celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, citado por Marinho em suas revelações e morto no início deste ano.
PF vai investigar declarações
Mais cedo a PGR afirmou, em nota, que vai analisar as declarações do empresário, ex-aliado da família Bolsonaro, para decidir se pede seu depoimento no inquérito ou não. No início da noite, a PF afirmou em nota que vai investigar as revelações feitas pelo ex-aliado da família Bolsonaro. “Fato novo e extremamente relevante para a cadeia de eventos ora investigada tornou-se público na data de hoje”, afirma o pedido encaminhado a Celso de Mello.
“O Sr. Paulo Marinho afirma ter ouvido pessoalmente do Sr. Flávio Bolsonaro que o mesmo soube com antecedência que a Operação Furna da Onça seria deflagrada. O Sr. Flávio Bolsonaro teria sido avisado da existência da Operação entre o primeiro e segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal simpatizante de Jair Bolsonaro, então candidato”, diz a petição.
O documento afirma que está cada vez mais evidente que o presidente visa intervir no comando da Polícia Federal “de forma dolosa, com a finalidade de obstruir o alcance do devido processo e da Justiça, condutas tipificadas na legislação vigente.”
“Ou seja, visa obstruir o trabalho do Poder Judiciário, seja nos inquéritos penais abertos no Supremo Tribunal Federal, seja em investigações que estejam em curso no estado do Rio de Janeiro ou outros que possam afetar interesses seu, de sua família ou de aliados”, diz o pedido ao decano do STF.
Ex-aliados e oposição cobram cassação e CPI
Ao longo do dia, ex-aliados e políticos da oposição manifestaram-se sobre as revelações de Marinho com pedidos de cassação, impeachment e uma CPI no Congresso.
Assinam o pedido os deputados Fernanda Melchionna, líder do PSOL na Câmara, Wolney Queiroz, líder do PDT na Câmara, Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Áurea Carolina (PSOL-MG), David Miranda (PSOL-RJ), Glauber Braga (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Luiza Erundina (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). As informações são do UOL.