Ao repudiar as declarações do presidente da Fundação Palmares, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disse que Sérgio Camargo “flerta com o fascismo e segue a mesma linha que o presidente Bolsonaro”. Nesta quarta-feira (3), Assunção usou as redes sociais e sua fala no Congresso Nacional para pedir a saída de Camargo e reafirmar a posição do movimento negro do país, além de cobrar que o órgão público volte a defender o legado do povo afrodescendente. “A fundação não existe para desrespeitar a nossa cultura e a nossa ancestralidade. Por isso é preciso afirmar a posição contra racismo e a favor da democracia. É inaceitável que esse rapaz chame o movimento de ‘escória maldita’ e ainda xingar Zumbi dos Palmares, um dos heróis de nossa pátria, muito menos tripudiar em cima da data de sua morte que deu origem ao Dia da Consciência Negra”, destaca Valmir.
O deputado petista diz ainda que o momento difícil que o Brasil passa é preciso somar esforços para ajudar o pequeno e o micro empresário, ajudar os trabalhadores rurais, ajudar à população como um todo, a enfrentarem essa crise sanitária. “No meio disso tudo, ainda temos de nos preocupar com o fascismo e com o racismo, que cada vez mais estão presentes na sociedade brasileira e no mundo. Nesses últimos dias vimos uma luta constante a favor da democracia em todos o país. E isso nos dá esperança. O Congresso está lutando pela democracia e, em todos os lugares, muitos estão se levantando em favor dela. E não podemos deixar de nos indignar em ver o presidente da Fundação Palmares atacar os negros e negras, atacar o movimento, e aqueles e aquelas que constroem a política antirracista cotidianamente”.
Em ato de repúdio durante sua fala no parlamento, via internet, Valmir descreve com detalhes a sua indignação com as declarações de Sérgio Camargo. “Ele precisa entender, de uma vez por todas, que o espaço é para promoção da atuação negra e não defender os racistas deste país. Não vamos aceitar e concordar só porque ele assumiu um cargo. Os negros deste país já têm pouco espaço e o único local que têm para promover a política é esse. Por isso nos resta reivindicar e lutar pela exoneração do presidente da Fundação Palmares. O Congresso também tem posição sobre essas questões. A questão racial é muito séria e todos os dias centenas de jovens negros são assassinados e o Congresso não pode se calar, de forma alguma, dessa ação que, cada vez mais, está presente em cada lugar do Brasil”. As informações são de assessoria.
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