Demissão de fiscais, anistia a desmatadores e grileiros e submissão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) a militares na região da Amazônia. Esses são alguns dos assuntos tratados pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles como “boiada”, na reunião ministerial do dia 22 de abril, e que fundamentam o pedido de representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) de parlamentares do PSOL, PCdoB, PT, PDT, PSB e Rede. Assinado pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), o pedido aponta para o afastamento imediato de Salles do cargo e para o impeachment dele junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta sexta-feira (5), Dia do Meio Ambiente, o parlamentar baiano reforçou o pedido e criticou a postura do governo Bolsonaro.
“A meu ver, Salles cometeu crimes de responsabilidade e improbidade durante sua gestão à frente do Ministério. Ele serve aos latifundiários. Foi acintoso na reunião com o presidente Bolsonaro ao dizer que o governo deveria aproveitar a pandemia causada pelo novo coronavírus para ‘passar a boiada’ e ‘simplificar’ as regras e normas ambientais, que protegem nossas florestas, comunidades tradicionais e história. Ele queria reformas que não passassem pela Câmara ou pelo Senado. Não consegue debater com o povo, quer radicalizar e isso não cabe no meio ambiente. É o mesmo método do seu patrão. Bolsonaro tem essa mesma característica”, sintetiza Valmir. O pedido de afastamento de Ricardo Salles já foi entregue ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
Agora, a PGR vai decidir se continua ou não com a representação movida pelos parlamentares. Um caso em especial chamou a atenção dos políticos, que foi a exoneração de fiscais, depois que operações do Ibama atingiram garimpeiros em terras indígenas na região amazônica. “Isso é um absurdo. Para proteger aliados, vale tudo neste governo. Vale trocar ministro, vale trocar diretor-geral da Polícia Federal, e agora vale demitir servidores que cumprem suas funções”, aponta Assunção. Ele completa dizendo que o meio ambiente precisa urgente de maior atenção no país. “Precisamos unir forças para conter o desmatamento e a sandice desse governo, principalmente neste período de pandemia, onde muita coisa acontece na ‘sombra da noite’”. As informações são de assessoria.