O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) está coletando assinaturas para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar as ligações de Fabrício Queiroz com o senador Flávio Bolsonaro. Na justificativa, ele afirma que o escândalo inicial, de existência de um esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando Flávio era deputado estadual, “vem mostrando a estreita proximidade da família do presidente da República com as milícias do Rio de Janeiro”.
Na semana passada, Queiroz foi preso na casa de Frederick Wassef, advogado da família. Ele é acusado de chefiar esquema em que os funcionários do gabinete de Flávio devolveriam recursos ao senador por meio de contas administradas pelo ex-assessor –que pagaria inclusive despesas pessoais do filho de Bolsonaro com dinheiro vivo.
O Ministério Público do Rio de Janeiro estima também que Queiroz recebeu R$ 400 mil de Adriano da Nóbrega, o Capitão Adriano, chefe da milícia Escritório do Crime. Ele morreu em fevereiro. O senador Randolfe afirma que a decisão que decretou a prisão do ex-assessor de Flávio deixou “evidentes alguns fatos”.
Um deles, escreveu, é a “relação umbilical de Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro com integrantes do grupo criminoso formado por matadores de aluguel, que ficou conhecido como Escritório do Crime – investigado por suspeita de envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes”, que era motorista da ex-vereadora. Ambos foram assassinados em 2018.
“Não há que se alegar que tais fatos são restritos à esfera estadual fluminense. Como dito, se o caso inicialmente poderia ser classificado como um esquema rachid na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deixou de ser no momento em que se evidenciam os braços desta organização criminosa na direção do Palácio do Planalto”, finaliza Randolfe Rodrigues. As informações são da Folha de S. Paulo.