O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas, afirmou em entrevista a TV Bahia, na manhã desta segunda-feira (13), que acredita que a taxa de ocupação de leitos para Covid-19 fique abaixo de 75% na próxima semana, em Salvador. A taxa de 75% de ocupação dos leitos é pré-requisito para o início do plano de flexibilização das atividades comerciais no estado.
“Nós estamos trabalhando para que eles caiam abaixo de 75%. Com abertura dessa semana agora, de cerca de 75 novos leitos, em Salvador, a taxa deverá cair abaixo 75%. Com a abertura de novos leitos no interior, quase 100 leitos que vamos abrir em quase todo interior da Bahia, isso vai ajudar a diminuir o fluxo de paciente para capital. Eu acredito que, talvez na próxima semana, nós já tenhamos atingido o patamar do platô de pelo menos cinco dias abaixo de 75%”, disse.
A retomada deverá ocorrer de forma gradual e dividida por fases. Na primeira, serão contempladas shoppings e templos religiosos. Para tanto, os funcionários dos centros de compras passarão por testes a cada três semanas e deverão utilizar máscaras.
Na entrevista desta manhã, o secretário também comentou sobre essa testagem. “A ideia da testagem é excluir pessoas que já estão confirmadas, ou com a doença em fase inicial. Isso será feito de forma por amostragem. Serão 20% dos funcionários do shopping. Isso será repetido, periodicamente, a cada 21 dias para poder buscar pessoas estão em fase assintomática da doença”, contou.
Fábio Vilas Boas também falou sobre a vacina de Oxford que será testada em Salvador. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta é a vacina mais avançada em testagem no mundo.
“É um ensaio clínico. Metade das pessoas receberá placebo, outra metade o farmacológico ativo da vacina. A gente tem muita expectativa na eficácia dessa vacina. Existem outras dezenas de vacina em fase três de estudo no mundo. Uma delas é a de Oxford. Nós esperamos que já no final deste ano, e começo do próximo ano, nós possamos vacinar a população de risco de todo país”, revelou.
Kit covid-19
Também nesta segunda, o secretário comentou sobre o “Kit Covid”, criado pela Secretaria de Saúde da cidade de Itagi, com remédios que estão sendo entregues para pessoas infectadas pelo novo coronavírus e que apresentam sintomas.
Fazem parte do kit remédios como Azitromicina e Ivermectina. Esses medicamentos não são testados, nem têm comprovação de que podem ajudar a pacientes com a Covid-19, doença causada pelo Sars CoV-2. Conforme o secretário, esses mediamentos não devem ser prescritos.
“Do ponto de vista técnico-científico, não existe qualquer comprovação de eficácia no que tange a cloroquina e hidroxicloroquina e associação ou não a azitromicina. Existe evidência negativa, de que é maléfica, portanto, não deve ser prescrita”, disse.
“Do ponto de vista legal, a liberação dessas medicações infringe uma [determinação] da Anvisa que obriga a dispensação mediante a apresentação da receita médica. Uma portaria da Anvisa exige a presença de um farmacêutico na unidade de saúde para dispensação. Então, além de recolher a receita, que o médico tem que prescrever, tem que ter um farmacêutico registrado para carimbar e liberar. Todas essas medicações que estão sendo bezerro de ouro da pandemia estão reguladas pelo governo federal e só devem ser liberadas mediante receitas”, completou.
Em entrevista ao G1 no domingo (12), o prefeito de Itagi, Olival Andrade, que é médico, disse que o objetivo é evitar a forma grave da doença e a ocupação em leitos dos hospitais de cidades vizinhas que estão com superlotação. Conforme disse o prefeito, Itagi não possui leitos de UTI para Covid-19.
Olival Andrade informou ainda que a medida foi inciada em julho. Dez pessoas que estavam infectadas tomaram o remédio e estão curadas, segundo o prefeito, elas não apresentaram reação aos remédios.
“Eu sou médico, professor do curso de medicina da Uesb [Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia]. A prefeitura não distribui o kit aleatoriamente, nós instituímos um protocolo. Qualquer paciente que apresente sintomas é examinado pelo médico, acompanhado por uma equipe e estabelecido todo um protocolo. A gente não está distribuindo remédio. Os pacientes sintomáticos, que passam por avaliação médica, têm os remédios encaminhados às suas residências para que evite que ele vá à farmácia”, explicou o gestor. As informações são do G1.