O ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende deslocar R$ 6 bilhões em recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para a criação de um programa de “vouchers” que vai inflar os recursos da rede privada de ensino. Segundo reportagem de Bernardo Caram e Danielle Brant, está nos planos do Ministério da Economia a criação de um voucher de R$ 250 que seria ligado ao “novo Bolsa Família”, o Renda Brasil, para colocar os filhos em creches particulares.
O governo Bolsonaro apresentou nesta segunda-feira (20) uma contra-proposta sobre o Fundeb, que reduz o orçamento previsto no projeto apresentado na Câmara dos Deputados. O Planalto quer um quarto do valor previsto para o Renda Brasil. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do PT no Senado, criticou o texto e afirmou que a proposta é “indecente”. “Ele quer tirar dinheiro do Fundeb para financiar um ‘voucher creche’. Quer falir um financiamento eficiente para dar esmola ao povo. Pior ainda, se esquivar da responsabilidade de garantir um futuro para o Brasil”, tuitou.
O educador Daniel Cara, professor da USP e líder da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, também criticou a proposta do governo e cobrou a aprovação imediata do relatório da Câmara, sem cessões ao governo. “Nesse momento, o governo vai perder a votação do Fundeb. Nesse momento, o mercado financeiro, seus vocalizadores educacionais e colunistas da grande imprensa defendem adiar a votação para se ‘chegar a um acordo’. Esse ‘acordo’ será contra a Educação pública. Não aceitamos”, tuitou. As informações são da Revista Fórum.
A PROPOSTA DO BOLSONARO P/ O FUNDEB É INDECENTE!
Ele quer tirar dinheiro do Fundeb p/ financiar um “voucher creche”.Quer falir um financiamento eficiente p/ dar esmola ao povo. Pior ainda, se esquivar da responsabilidade de garantir um futuro p/ o Brasil.https://t.co/JFvEIMvqeA— Rogério Carvalho 🇧🇷🏴 (@SenadorRogerio) July 20, 2020
Nesse momento, o governo vai perder a votação do FUNDEB. Nesse momento, o mercado financeiro, seus vocalizadores educacionais e colunistas da grande imprensa defendem adiar a votação para se "chegar a um acordo". Esse "acordo" será contra a Educação pública.
Não aceitamos.— Daniel Cara (@DanielCara) July 20, 2020