Nesta quarta-feira (19), a Promotoria de Infância de Juventude do Ministério Público do Espírito Santo ingressou com uma ação civil pública contra Sara Giromini, extremista apoiadora de Jair Bolsonaro e que é conhecida como ‘Sara Winter’. Na ação, a Promotoria pede que a bolsonarista pague um indenização de R$1,320 milhão por danos morais coletivos.
O motivo é o fato de Sara Winter, no último domingo (16), ter divulgado informações sobre a menina de 10 anos do Espírito Santo que engravidou do próprio tio após anos de abuso sexual e que teve que ser submetida a um aborto autorizado pela Justiça.
Além das informações sobre a criança, Sara Winter, que era assessora no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, de Damares Alves, divulgou o nome do hospital em que ela fez o procedimento, o que motivou um protesto de fanáticos religiosos contra o aborto.
“A conduta no ambiente cibernético violou o dever, previsto constitucionalmente, da sociedade assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito […] à dignidade, ao respeito (..)”, afirmaram os procuradores, adicionando ainda que a extremista, ao divulgar os dados, se colocou , “em frontal ofensa à legislação protetiva da criança e do adolescente”.
De acordo com o MP, a ideia é que a indenização a ser paga por Sara Winter, caso ela seja condenada, seja revertida ao Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.
Notícia-crime
Os deputados distritais da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Fábio Felix (PSOL), Arlete Sampaio (PT) e Leandro Grass (Rede) protocolaram, na segunda-feira (17), uma notícia-crime contra a extremista Sara Winter. O motivo é o mesmo: o fato da bolsonarista ter divulgado dados pessoais da menina de 10 anos que foi estuprada durante 4 anos pelo tio e que, após engravidar, faz um aborto legal autorizado pela Justiça.
Os distritais, que compõem a Frente Parlamentar da Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Legislativa do DF, pedem, na notícia-crime, para que a Polícia Civil e a Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude do Ministério Público apurem a conduta de Sara Geromini. Eles sugerem, ainda, a quebra do sigilo telefônico da extremista.
Representação no MP
Além dos deputados distritais, deputados federais do PSOL também acionaram o Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) para saber quem repassou à Sara Winter informações sobre o procedimento para interrupção da gestação da menina, o que motivou um protesto de fanáticos religiosos na porta do hospital onde ocorreu o procedimento.
“Diante da possibilidade de ocultamento e destruição de provas, considerando o envolvimento da representada com organização criminosa que, de forma reiterada, ataca o Estado Democrático de Direito, solicitamos a busca e apreensão de todas as provas e indícios que envolvam os fatos aqui narrados com o objetivo de interromper a possível de destruição de provas, nos termos do Código de Processo Penal”, justificam as deputadas e deputados do PSOL na Câmara. As informações foram extraídas da Revista Fórum.