O ministro da Economia, Paulo Guedes, desviou nesta terça-feira (1) das críticas pela adoção de uma política que não promove o aumento real do salário mínimo. Pelo segundo ano seguido, o mínimo aumento apenas de acordo com a inflação. Guedes disse que o aumento poderia gerar desemprego.
“Você está no meio de uma crise de emprego terrível, todo mundo desempregado. Se você dá um aumento de salário, você vai condenar as pessoas ao desemprego. Então, nós temos que ter cuidado”, declarou em audiência pública no Congresso Nacional. O ministro ainda afirmou que o mínimo “estimula desigualdade”.
“O grande problema é que o salário mínimo, que era um instrumento de proteção do trabalhador do mercado formal, acabou virando base inclusive para reajuste. Uma pessoa que ganhava R$ 30 mil, por exemplo, de aposentadoria, quando você mexia no salário mínimo, você tinha que empurrar também toda essa estrutura para cima. Você estimula a desigualdade”, disse.
No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo governo ao Congresso, a previsão é de que o mínimo seja de R$ 1.067 contra os R$ 1.045 atuais. O aumento de R$ 22 apenas repõe a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Previsão errada
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (1) que o Produto Interno Bruto (PIB) desabou 9,7% no 2º trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses do ano. Guedes previa que PIB cairia no máximo 1%. A redação é da Revista Fórum com informações de Folha de S. Paulo.